O momentâneo na ‘Formação’
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.20.1.141-154Palavras-chave:
Antonio Candido, Literatura brasileira, Literatura como sistema, Momento, Nação.Resumo
Do título da clássica história literária publicada por Antonio Candido em 1959, tem sido bem explorada a significação da primeira palavra, “formação”. Pouca atenção se dá à expressão posta entre parênteses,“momentos decisivos”. Ela aparece também na História da literatura brasileira, de Sílvio Romero, que aponta como um “momento decisivo” precisamente a metade do século XVIII – periodização que o crítico posterior também adotará. A indagação sobre essa expressão e a relação entre Antonio Candido e Sílvio Romero contribui para evidenciar o caráter emergencial que marcou a redação do livro, entre as décadas de 1940 e 1950, quando o “sistema literário” que ele historia ameaçava se decompor em vista do momento histórico de aceleradas transformações culturais.
Referências
ALCIDES, Sérgio. O lugar não-comum e a república das letras. Revista do Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, v. 44, p. 38-50, jul.-dez. 2008.
ARANTES, Paulo. Providências de um crítico literário na periferia do capitalismo. In: ARANTES, P.; ARANTES, O. B. F. Sentido da ‘Formação’. Três estudos sobre Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lúcio Costa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. p. 7-66.
ASEGUINOLAZA, Fernando Cabo. The European Horizon of Peninsular Literary Historiographical Discourses. In: ASEGUINOLAZA, F. C.; GONZÁLEZ, A. A.; DOMÍNGUEZ, César (Org.). A Comparative History of Literatures in the Iberian Peninsula. Amsterdam, Philadelphia: John Benjamins, 2010. v. 1, p. 1-52.
BAPTISTA, Abel Barros. O cânone como formação: a teoria da literatura brasileira de Antonio Candido. In: O livro agreste. Ensaio de curso de literatura brasileira. Campinas, SP: Unicamp, 2005. p. 41-80.
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira (Momentos decisivos). 3. ed. São Paulo: Martins, 1969. 2 vols.
CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura de 1900 a 1945 (Panorama para estrangeiro). In: Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul. p. 117-145.
CANDIDO, Antonio. Prefácio da 2ª edição. In: O método crítico de Sílvio Romero. 4. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006. p. 9-16.
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras de... Árcade Ultramarino, chamado Glauceste Satúrnio. Coimbra: Luís Secco Ferreira, 1768.
COSTA LIMA, Luiz. Concepção de história literária na Formação. In: Pensando nos trópicos. Dispersa demanda II. Rio de Janeiro: Rocco, 1991. p. 149-166.
COUTINHO, Afrânio. Conceito de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1960.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1936.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. A herança colonial – Sua desagregação. In: HOLANDA, S. B. de (Org.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1960. Tomo II, v. 1, p. 9-39.
RAMA, Ángel. Dez problemas para o romancista latino-americano. In: AGUIAR, F.; VASCONCELOS, S. G. T. (Org.). Ángel Rama. Literatura e cultura na América Latina. Trad. R. La Corte dos Santos e E. Gasparotto. São Paulo: Edusp, 2001. p. 47-110.
ROMERO, Sílvio. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Garnier, 1888. 2 v.
SCHWARZ, Roberto. Os sete fôlegos de um livro. In: Seqüências brasileiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 46-58.
SHRODER, Maurice. France / Roman – Romanesque – Romantique – Romantisme. In: EICHNER, H. (Org.). ‘Romantic’ and its Cognates. The European History of a Word. Manchester: Manchester UP, 1972. p. 263-292.
TAINE, Hippolyte. Histoire de la littérature anglaise. Paris: Hachette, 1863. 4 v.