Ossos do ofício
linguagem e violência em Rubem Fonseca
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.24.1.77-92Palavras-chave:
violência, referencialidade, metonímia, descriçãoResumo
Análise da construção da imagem da violência nos contos de Rubem Fonseca por meio de recursos expressivos do código linguístico que criam o estado ‘brutal’ das narrativas. Através da referencialidade, da metonímia e da descrição, o narrador monta uma rede textual em que retrata situações de extrema violência e crueldade, como também personagens que se revelam por um discurso permeado de signos que agenciam o caráter letal de suas ações. O estilo, nomeado de hiperrealista, cria essa impressão de uma realidade ampliada e intensificada pelo impacto que a linguagem deposita nas cenas narrativas. Através da análise detalhada das categorias propostas em diálogo com os contos selecionados, deseja-se mostrar que o excesso referencial não subtrai a simbolização inerente à linguagem.
Referências
BARTHES, R. O rumor da língua. Lisboa: Edições 70, 1987.
BERSANI, L. “O realismo e o medo do desejo”. In: BARTHES, Roland et al. Literatura e realidade: que é o realismo? Lisboa: Dom Quixote, p. 51-86, 1984.
DELEUZE, G.; GUATARRI, F. Kafka: por uma literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977.
DERRIDA, J. A farmácia de Platão. São Paulo: Iluminuras, 1991.
FONSECA, R. Os prisioneiros. 4ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989a.
FONSECA, R. Feliz ano novo. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989b.
FONSECA, R. O cobrador. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989c.
FONSECA, R. Lúcia McCartney. 6ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992a.
FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992b.
HAMON, P. “Um discurso determinado”. In: BARTHES, R. et al. Literatura e realidade: que é realismo? Lisboa: Dom Quixote, . p.129-
, 1984.
LIMA, L. C. “O cão pop e alegoria cobradora”. In: LIMA, L. C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria. Rio de Janeiro: Francisco Alves, . p 144-158, 1981.
PEDROSA. C. M. R. O discurso hiperrealista: Rubem Fonseca e André Gide. 1977, 189 p., Dissertação, Pós-Graduação Letras, PUC, Rio de Janeiro.
RIFFATERRE, M. “A ilusão referencial”. In: BARTHES, R. et al. Literatura e realidade: que é realismo? Lisboa: Dom Quixote, p. 99-128, 1984.
SANTAELLA, L.. O que é semiótica. 12ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
WATT, I. “Realismo e forma romanesca”. In: BARTHES, R. et al. Literatura e realidade: que é realismo? Lisboa: Dom Quixote, p.
-50,1984.