O verdugo e a revolta como princípio ético
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.26.2.301-316Palavras-chave:
Hilda Hilst, teatro, revolta, responsabilidade coletiva.Resumo
Entre 1967 e 1969, Hilda Hilst escreveu oito peças de teatro, entre elas O verdugo. Essa peça apresenta a história de um executor que se recusa a matar um homem condenado por incitar a revolta e a mudança na sociedade. Neste artigo, analisamos O verdugo como uma peça que defende a revolta como princípio ético. A análise fundamentou-se nos conceitos de revolta propostos por Albert Camus em O homem revoltado, que propõe a revolta como amor e fecundidade, criticando severamente
revoltas que se tornam tiranias. Fundamentamo-nos também em Michel Foucault, cujo texto “É inútil revoltar-se” defende a necessidade da insurreição, e nos conceitos de responsabilidade coletiva advindos de Hannah Arendt.
Referências
ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
BLOCH, Ernst. El principio esperanza. Madrid: Aguilar, 1979.
BULLOUGH, Edward. A “distância psíquica” como um factor na arte e um princípio estético. In: MOURA, Vitor (Coord.). Arte em teoria: uma antologia de estética. Minho: Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM); Húmus: Ribeirão, 2009. p. 75-110. Disponível em: <https://goo.gl/GsPfxZ>. Acesso em: 25 jan. 2016.
CAMUS, Albert. O homem revoltado. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
COPEAU, Jacques. Registres I: Appels. Paris: Gallimard, 1974.
FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. (Ditos & Escritos; V).
HILST, Hilda. Hilda Hilst: suas peças vão acontecer. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, [5 jan. 1970]. Entrevista concedida a Regina Helena.
HILST, Hilda. Teatro completo. São Paulo: Globo, 2008.
PALLOTTINI, Renata. Dramaturgia: a construção da personagem. São Paulo: Perspectiva, 2013.
TEIXEIRO, Alva Martínez. Um paraíso desabitado: a terra devastada da utopia no teatro de Hilda Hilst. Ciências & Letras, Porto Alegre, n. 53, p. 27-41, jan.-jun. 2013. Disponível em: <https://goo.gl/ESkJ9b>. Acesso em: 30 jan. 2017.