A República de Riobaldo
metafísica platônica no Grande sertão
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.28.1.179-204Palavras-chave:
Guimarães Rosa, Platão, Grande Sertão: Veredas, República, Literatura e filosofia, Plato, Republic (Politeia), Literature and philosophyResumo
Resumo: O presente artigo analisa o romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, e a República, de Platão, para promover um diálogo entre a “cidade da religião” e a kallipolis, a “bela cidade”, ambas discursivamente construídas pelos personagens Riobaldo, protagonista do romance de Rosa, e Sócrates, figura central do diálogo platônico; com o intuito de refletir sobre a necessidade urgente de um “novo homem” e uma “nova sociedade”, expressas por essas duas importantes obras. Ambas revelam uma tensão dramática: o sertão e a polis encontram-se em estado de confusão e injustiça e é preciso imaginar um outro lugar em que seja possível para o homem cuidar de sua alma.
Palavras-chave: Guimarães Rosa; Platão; Grande Sertão: Veredas; República; Literatura e filosofia.
Abstract: This paper analyzes the novel Grande Sertão: Veredas, by João Guimarães Rosa, and Plato’s Republic, to promote a dialogue between the “city of religion” and the kallipolis, the “Beautiful city”, both discursively built by Riobaldo, Rosa’s novel main character, and Socrates; It aims to reflect on the claim of the urgent need of a “new man” and a “new society”, expressed by these two important works. Both show a dramatic tension: the sertão and the polis are in a state of disarrangement and injustice and it is necessary to imagine another place where it could be possible for humankind to take care of the soul.
Keywords: Guimarães Rosa; Plato; Grande Sertão: Veredas; Republic (Politeia); Literature and philosophy.
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