Antônio José, uma tragédia fora de hora?
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.30.3.246-268Palavras-chave:
romantismo, ecletismo, drama romântico, história literáriaResumo
O objetivo deste artigo é, primeiro, mostrar que a tradicional avaliação da tragédia Antônio José (i. e., que ela peca pelo gênero conservador e pela forma versificada), exaustivamente repetida por inúmeros críticos e historiadores da literatura brasileira ao longo do século XX, não se confirma na prática, pois tragédias continuam existindo ao lado de dramas e melodramas até a segunda metade do século XIX nos dois lados do Atlântico, assim como composições em verso ao lado de outras em prosa. Em seguida, argumenta-se que Antônio José possui, apesar de se proclamar tragédia, inúmeras características ligadas à cena moderna e se insere perfeitamente no projeto romântico-eclético difundido por Gonçalves de Magalhães e outros entusiastas do nosso primeiro romantismo.
Referências
ADÊT, Émile. A leitura de uma tragédia inédita. Minerva brasiliense, Rio de Janeiro, v. 1, n. 12, p. 355-364, 15 abr. 1844a.
ADÊT, Émile. Da arte dramática no Brasil. Minerva brasiliense, Rio de
Janeiro, v. 1, n. 5, p. 154-157, 1 jan. 1844b.
AMORA, Antônio Soares. História da literatura brasileira. São Paulo: Edição Saraiva, 1960.
AMORA, Antônio Soares. O romantismo. São Paulo: Cultrix, 1969. APÊNDICE. O Cronista, Rio de Janeiro, n. 99, p. 1-2, 23 set. 1837, p. 1-2.
AZEVEDO, Álvares de. Literatura e civilização em Portugal. Rio de Janeiro: Caetés, 2016.
BARROS, Roque Spencer Maciel de. A significação educativa do romantismo brasileiro: Gonçalves de Magalhães. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1973.
BORGERHOFF, Joseph Leopold. Le théâtre anglais à Paris sous la
restauration. Paris: Librairie Hachette, 1913.
BOSI, Alfredo. História Concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1975.
BURGAIN, Luís Antônio. Cornélia. Minerva brasiliense, Rio de Janeiro, v. 2, n. 24, p. 751-756, 15 out. 1844.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2000. (v. 2).
CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas, 2002.
CARVALHO, Ronald de. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1937.
COMPRAS. Diário de Pernambuco. Pernambuco, n. 172, p. 4, 11 ago. 1843.
DUMAS, Alexandre. Souvenirs dramatiques. Paris: Michel Lévy Frères, 1868. (t. 1).
EPHEMEROS. Diário do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 6700, p. 3, 26 ago. 1844.
ESPETÁCULOS. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 332, p. 4, 4 dez. 1854.
FARIA, João Roberto. O teatro realista no Brasil: 1855-1865. São Paulo: Perspectiva, 1993.
GUANABARA. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 243, p. 3, 3 set. 1854. HESSEL, Lothar; RAEDERS, Georges. O teatro no Brasil sob Dom Pedro II. 1ª parte. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto Estadual do Livro, 1979.
HUGO, Victor. Cromwell. Paris: Ambroise Dupont, 1828. INTRODUÇÃO. In: SILVA, Joaquim Norberto de Sousa. Amador Bueno ou A fidelidade paulistana. Rio de Janeiro: Empresa Tipográfica de Paula Brito, 1855, p. v-viii.
JOBIM, José Luís. Literatura comparada e literatura brasileira: circulações e representações. Rio de Janeiro: Makunaima; Boa Vista: Editora da Universidade Federal de Roraima, 2020.
MAGALHÃES, Domingos Gonçalves de. António José, ou O poeta e a inquisição. Rio de Janeiro: Tipografia imparcial de F. de Paula Brito, 1839.
NOTÍCIAS DIVERSAS. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 178, p. 1, 29 jun. 1855.
NOTÍCIAS DIVERSAS. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 252, p. 1, 14 set. 1859.
O CEGO. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 149, p. 3, 2 jun. 1849.
O NOSSO TEATRO DRAMÁTICO. Guanabara, Rio de Janeiro, t. 2, p. 100, 1851.
O POETA E A INQUISIÇÃO. Revista Brasileira: jornal de literatura, teatros e indústria, Rio de Janeiro, n. 1, p. 4-7, jul. 1855.
PARANHOS, Haroldo. História do romantismo no Brasil. São Paulo: Edições cultura brasileira, 1937.
PORTO ALEGRE, Manuel de Araújo. Os hinos da minha alma. Guanabara, Rio de Janeiro, t. 2, p. 42, 1851.
PRADO, Décio de Almeida. João Caetano: o autor, o empresário, o repertório. São Paulo: Perspectiva, 1972.
PRADO, Décio de Almeida. O drama romântico brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 1996.
ROMERO, Silvio. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1888. (t. 2).
SILVA, João Manuel Pereira da. Casimir Delavigne. Jornal dos Debates, Rio de Janeiro, n. 36, p. 146-147, 3 abr. 1837a.
SILVA, João Manuel Pereira da. Estado da literatura dramática em França.
Jornal dos debates, Rio de Janeiro, n. 33, p. 33-134, 27 set. 1837b.
SILVA, João Manuel Pereira da. Literatura. Jornal dos debates, Rio de Janeiro, n. 44, p. 178, 11 nov. 1837c.
SPECTACLES. Le Constitutionnel, Paris, n. 152, p. 3, 1 jun. 1829.
STENDHAL. Correspondance de Stendhal. Paris: Charles Bosse, 1908. (t. 2).
TEATRO DE S. PEDRO DE ALCÂNTARA. Diário do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 176, p. 3, 27 jun. 1855.
TEATRO SÃO PEDRO D’ALCÂNTARA. Diário do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 322, p. 4, 25 nov. 1854.
TEATROS. Correio Mercantil, Rio de Janeiro, n. 19, p. 3, 21 jan. 1849.
TEATROS. Diário do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 63, p. 2, 20 mar. 1841a.
TEATROS. Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, n. 74, p. 3, 21 mar. 1841b.
THÉÂTRE. Le Globe, Paris, n. 98, p. 780-781, 9 dez. 1829.
TOPOGRAFIA. O Despertador, Rio de Janeiro, n. 767, p. 1-2, 20 set. 1840.
VERÍSSIMO, José. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves; Paris: Aillaud, 1916. Disponível em: https://www. literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/0006-00767.html. Acesso em: 1 ago. 2020.
VIGNY, Alfred de. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1955.
WOLF, Ferdinand. O Brasil literário: história da literatura brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955.