Sofrimento e silêncio no piauí oitocentista

a representação feminina em Vaqueiro e visconde, de José Expedito Rêgo

Autores

  • Vicencia Rozilda Gomes Pinheiro Instituto Federal do Maranhão
  • Thiago Coelho Silveira Instituto Federal do Maranhão
  • Gil Derlan Silva Almeida Instituto Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.4.228-244

Palavras-chave:

Vaqueiro e visconde, Piauí, gênero, mulher

Resumo

O campo que circunda o gênero é um liame tênue entre o político e social, pois estas instâncias refletem a conjuntura que nos cerca sobre as questões de como tratamos e como somos tratados nas discussões sobre o masculino e o feminino, bem como isso é refletido nas produções literárias que caminham sobre esse terreno. Desta maneira, este trabalho objetiva analisar as representações do feminino na obra Vaqueiro e visconde (2009), de José Expedito Rêgo. Enquanto metodologia, utilizam-se os pressupostos da pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, tratando o corpus do texto literário como elemento primordial para a investigação sobre as personagens. No tocante ao aporte teórico, valemo-nos dos diálogos empreendidos por Bourdieu (2017); Espinheira (1984); Schawantes (2006); Zanello (2018) e Zinani (2006), bem como outros nomes que abordam as teorias e críticas literárias no âmbito dos estudos de gênero e seus desdobramentos com o feminismo. Percebe-se, assim, que o processo de inferiorização e subalternidade imposto ao ser feminino permeia toda a obra, e encontra seu ápice na personagem Josefa, que reflete o regime patriarcal e misógino estruturador do Piauí oitocentista.

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Publicado

2024-04-23