Uma prosa com Arlinda: ancestralidade, oralitura e intersubjetividade narrativa em Fátima Trinchão
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.4.14-33Palavras-chave:
ancestralidade, Fátima Trinchão, memória, oralitura, resistênciaResumo
O objetivo deste artigo é estabelecer breves apontamentos sobre as categorias ancestralidade, oralitura e intersubjetividade narrativa que estão presentes no conto “Arlinda”, de Fátima Trinchão. Escritora negra baiana, Fátima Trinchão se debruça numa escrita permeada por memórias coletivas afrocentradas que mobilizam saberes afetivo-comunitários de resistência e luta. Os aportes bibliográficos utilizados, alocados numa epistemologia negrorreferenciada, se fundamentam, dentre outros, em Ana Rita Santiago (2012), Leda Maria Martins (2001; 2002) e José Henrique de Freitas Santos (2016; 2018). Nessa abordagem, nota-se que o conto “Arlinda” celebra princípios ancestrais afrocentrados de partilha e resistência, demonstrando uma proficiente escrita que, dinamizando as literaturas negras, esgarçam horizontes de produção literária que autenticam existências negras insurgentes.
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