A posse da palavra é a posse do corpo
relações entre poetry slam e empoderamento negro
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.4.261-277Palavras-chave:
poetry slam, empoderamento negro, corpo, voz, escutaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar slam poetrys produzidos por Mel Duarte, por Gabrielly Nunes (Gabz) e por Cleyton Mendes, poetas contemporâneos participantes ativos de Rodas, de Encontros e de Festivais em que essa manifestação artística é, internacionalmente, fomentada em coparticipação com o público. Para elaboração do texto, parte-se do princípio de que novos espaços de fala são novos espaços de escuta e de que o poetry slam é, segundo a slammer e produtora cultural Mel Duarte (2019), um lugar poético-político e democrático, que tem como principal conceito a liberdade de expressão e o livre diálogo como uma ferramenta para construção de novos horizontes. Essa possibilidade de diálogo, associada à reconfiguração dos lugares cristalizados de fala (colonizador) e de escuta (colonizado), atravessa as discussões acerca do empoderamento de grupos subalternizados, em seus processos de autoafirmação, de autovalorização, de autorreconhecimento e de extravasamento de demandas sociais sufocadas. A partir das análises, ressalta-se que o poetry slam marca a insurreição de um corpo – individual e coletivo – que busca a palavra como instrumento de luta e de empoderamento, sobretudo, de grupos negros e periféricos.
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