Começo – meio – começo

a circularidade literária e afrodiaspórica de Nêgo Bispo

Autores

  • Patrícia Vaz Borges Universidade Federal do Amazonas
  • Carlos Antônio Magalhães Guedelha Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.4.278-295

Palavras-chave:

literatura afrodiaspórica, Mestre Nêgo Bispo, decolonialidade

Resumo

Transgredir da teoria decolonial à prática contracolonialista é mote dos poemas e ensaios de Antônio Bispo dos Santos, o Mestre Nêgo Bispo, no livro Colonização, quilombos: modos e significações (2015). Buscamos neste artigo apresentar a circularidade afrodiaspórica proposta na dinâmica começo – meio - começo (Santos, 2015) como uma prática contra-hegemônica e contracolonialista que transgride às decolonialidades. Para isso, apresentamos conceitos basilares da teoria decolonial com aporte em textos como os Ballestrin (2013), Grosfoguel (2008), Mignolo (2017; 2020), Quijano (1992), Santos e Meneses (2009), Segato (2021), Walsh (2009). Tal teoria deságua na prática contracolonialista de Nêgo Bispo, apresentada aqui por meio de suas reflexões e poemas, produzindo, portanto, um estudo bibliográfico com objetivo de contribuir para a difusão dos estudos literários e discursivos de povos tradicionais, enfatizando a cultura, os saberes e as cosmopercepções afropoliteístas. Procuramos mostrar a urgência de se conhecer, discutir e valorizar saberes e práticas ancestrais, apresentando modos de significações do mundo silenciadas por práticas colonialistas. Cosmovisões transgressoras, decoloniais e contracolonialistas instigam-nos não a apresentar respostas, mas a formular cada vez mais perguntas.

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Publicado

2024-04-23

Edição

Seção

Dossiê: Literaturas negras brasileiras em discussão