O basofórmio e o bombardeio
um estudo de Olhai os lírios do campo, de Erico Verissimo
Palavras-chave:
Primeira República, Revolução de 1930, romanceResumo
Antonio Candido (2001, p. 17), numa conhecida entrevista sobre a obra de Erico Verissimo, afirmou que o escritor possuía “um profundo senso da história”. Os estudos críticos existentes comprovaram essa característica, demonstrando que a história participa da economia de boa parte de suas narrativas. Com relação ao romance Olhai os lírios do campo, a dimensão social tem sido ponto de análise, mas a ligação com a história ainda não foi suficientemente explorada. Nesse romance, encontramos a trajetória de Eugênio, personagem de origem pobre que se forma em medicina durante a Primeira República. Como médico, realiza uma operação difícil em plena Revolução de 1930 e posteriormente participa da vida burguesa de Porto Alegre. O propósito deste trabalho é estudar a representação da Revolução de 1930 e a dimensão histórica como elementos constitutivos da trama ficcional. Para este estudo, recorremos aos trabalhos de Bueno (2006), Fausto (2004), Camargo (1983), Carvalho (1997), Candido (2000), dentre outros.
Downloads
Referências
A GLORIFICAÇÃO – Monumento a Júlio de Castilhos, histórico e descrição. A Federação, Porto Alegre, ano XXX, n. 161, p. 1-4, 12 jul. 1913. Disponível em: https://memoria.bn.br/pdf/388653/per388653_1913_00161.pdf. Acesso em: 6 jun. 2023.
AXT, G. O governo Getúlio Vargas no Rio Grande do Sul (1928-1930) e o setor financeiro regional. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 29, p. 119-139, 2002. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/2153. Acesso em: 10 set. 2023.
BUENO, L. Uma história do romance de 30. São Paulo: EDUSP; Campinas: Unicamp, 2006.
CAMARGO, A. A revolução das elites: conflitos regionais e centralização política. In: A Revolução de 30: seminário internacional realizado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, setembro de 1980. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1983. p. 7-46.
CANDIDO, A. Entrevista com Antonio Candido. In: PESAVENTO, S. J. et al. Érico Veríssimo: o romance da história. São Paulo: Nova Alexandria, 2001. p. 11-22.
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. 8. ed. São Paulo: Publifolha, 2000.
CARVALHO, J. M. de. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual. Dados, v. 40, n. 2, Rio de Janeiro, 1997. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52581997000200003. Não paginado.
FAUSTO, B. A Revolução de 1930: historiografia e história. 16. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
FAUSTO, B. História do Brasil. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 2004.
MARINETTI, F. T. Manifesto do Futurismo. In: TELLES, G. M. (org.). Vanguarda europeia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas. 20. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. p. 118-121.
MEIRELLES, R. Um retrato da atmosfera urbana de Porto Alegre: as camadas médias urbanas na literatura de Erico Verissimo. 2008. Dissertação (Mestrado em História Contemporânea) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.
MILLIET, S. Diário crítico de Sérgio Milliet. 2. ed. São Paulo: Martins/Edusp, 1981. v. II.
PERLOFF, M. O movimento futurista. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Edusp, 2018.
REUTER, Y. Introdução à análise do romance. Tradução de Angela Bergamini. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
VARGAS, G. Diário. São Paulo: Siciliano; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1995. v. I.
VERISSIMO, E. Olhai os lírios do campo. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005a.
VERISSIMO, E. Solo de clarineta. 20. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005b. v. I.
Esta obra está licenciada com uma Licença 