Práticas de produção textual no MSN Messenger
ressignificando a escrita colaborativa
Palavras-chave:
práticas colaborativas de escrita, gêneros digitais, Internet, metafunções semióticasResumo
Este artigo tem por objetivo articular as práticas de escrita escolares e as tecnologias da comunicação e da informação disponibilizadas na Internet, buscando, com isso, possibilitar um repensar e uma redefinição dos modelos de produção textual com os quais a escola ainda opera. Na tentativa de explorar tal relação, propomos a realização de um trabalho que aponte como o uso de alguns gêneros digitais do ciberespaço, como o MSN Messenger, contribuem para a construção de práticas colaborativas de escrita de alunos do ensino médio. Para tanto, tomaremos como base teórica os construtos bakhtinianos de gêneros do discurso e na teoria situada de gênero (ERICKSON, 1997; YATES; ORLIKOWSKI; RENNECKER, 1997; SHEPHERD; WATTERS, 1999; DEVITT, 2000) para dar conta do comportamento dos gêneros digitais. Trata-se de uma pesquisa empírica realizada com dezesseis aprendizes e um professor do ensino médio de uma escola estadual localizada no município de Campinas – SP. Os alunos criaram um site para a divulgação de um jornal digital e, para produzir os textos que são expostos nesse jornal, eles fazem uso do e-mail e do MSN Messenger. Como proposta de análise multimodal da produção textual desses aprendizes na Internet, tomaremos como base as metafunções semióticas nos níveis apresentacional, orientacional e organizacional, propostas por Lemke (1995, 1998a, 1998b), como dispositivos teórico-analíticos dos dados gerados a partir dos registros dos diversos modos com que os alunos constroem sentidos ao aprenderem e desenvolverem seus textos de forma colaborativa a partir do uso dos gêneros digitais.
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