Racismo no ensino de língua inglesa?

Narrativas autobiográficas de professores negros de língua inglesa no Brasil

Autores

  • Gabriel Nascimento Universidade Federal do Sul da Bahia Autor

Palavras-chave:

escravidão, pessoas negras, professores negros de inglês

Resumo

Centro e trinta anos depois da abolição da escravatura as pessoas negras continuam a minoria entre profissionais, educadores e estudiosos em educação em cursos de inglês de escolas públicas e privadas. Essa situação é marcada na situação diária de profissionais negros no Brasil até então como uma consequência do racismo e da colonialidade que devo discutir aqui. Neste estudo, eu procuro examinar as formas que a categoria raça pode ganhar negativa ou positivamente na atuação das identidades de professores negros de língua inglesa, que modelam eles mesmos como identidades resistentes na/através da língua (usando a língua/linguagem para resistir) ou identidades resistentes à língua (negando eles próprios como falantes ou professores capazes).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Gabriel Nascimento, Universidade Federal do Sul da Bahia
    Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal do Sul da Bahia, tendo sido Visiting Scholar na University of Pennsylvania.

Referências

ALCOFF, L. The Future of whiteness. Cambridge: Polity Press, 2015.

ALCOFF, L. Visible identities: race, gender, and the self. Oxford: Oxford University Press, 2006. Doi: https://doi.org/10.1093/0195137345.001.0001

BYRAM, M. Teaching and Assessing Intercultural Communicative Competence. Clevedon: Multilingual Matters, 1997.

CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

CESAIRE, A. Discourse on colonialism. New York: Monthly Review Press, 1972.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis: Vozes, 2006.

FANON, F. Black Skin White Masks. London: PlutoPress, 2008.

FANON, F. Toward the African Revolution. New York: Grove Press, 1964.

FERREIRA, A. J. Autobiographical narratives of race and racism in Brazil: Critical Race Theory and language education. Revista Muitas Vozes, Ponta Grossa, v. 4, n. 1, p. 79-100, March 2015. Doi: https://doi.org/10.5212/MuitasVozes.v.4i1.0005

FERREIRA, A. J. Identidades sociais, letramento visual e letramento crítico: imagens na mídia acerca de raça/etnia. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 51, n. 1, June 2012. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-18132012000100010

FERREIRA, A. J. Teorizando Relações Étnico-Raciais no Brasil. In: SIERRA, J. C.; SIGNORELLI, M. C. (org.). Diversidade e educação: intersecções entre corpo, gênero e sexualidade, raça e etnia. Matinhos: UFPR Litoral, 2014. v. 1, p. 83-103.

FERREIRA, A. J.; CAMARGO, M. O racismo cordial no livro didático de língua inglesa Aprovado Pelo PNLD. Revista da ABPN, Goiânia, v. 6, n. 12, p. 177-202, Nov. 2013.

KUBOTA, R. Critical Multiculturalism and Second Language Education. In: NORTON, B.; TOOHEY, K. (ed.). Critical Pedagogies and Language Learning. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

KUBOTA, R. Rethinking the Superiority of the Native Speaker: Toward a Relational Understanding of Power. In: NERIKO, M. D. (ed.). Native Speakers Revisited: Multilingualism, Standardization, and Diversity in Language Education. New York: Mouton de Gruyter, 2009. p. 233-247. Doi: https://doi.org/10.1515/9783110220957.233

KUBOTA, R. The Multi/Plural Turn, Postcolonial Theory, and Neoliberal Multiculturalism: Complicities and Implications for Applied Linguistics. Applied Linguistics, Oxford, v. 37, n. 4, p. 474-494, Aug. 2016. Doi: https://doi.org/10.1093/applin/amu045

LÓPEZ-GOPAR, M. E.; SUGHRUA, W. Social Class in English Language Education in Oaxaca, Mexico. Journal of Language, Identity and Education, [S.l.], v. 13, n. 2, p. 104-110, 2014. Doi: https://doi.org/10.1080/15348458.2014.901822

MADSEN, J. A.; MABOKELA, R. O. Organizational Culture and Its Impact on African American Teachers. American Educational Research Journal, New York, v. 37, n. 4, p. 849-876, March 2000. Doi: https://doi.org/10.3102/00028312037004849

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona, 2014.

MIGNOLO, W. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (ed.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 25-46.

MOITA LOPES, L. P. da. Pesquisa interpretativista em Lingüística Aplicada: a linguagem como condição e solução. D.E.L.T.A., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 329-338, March 1994.

MOURA, C. Rebeliões da senzala: Quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Anita Garibaldi, 2014.

NASCIMENTO, G. O negro na ciência brasileira contemporânea através de duas amostras. Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, Maringá, v. 18, n. 206, p. 110-123, July 2018. Doi: https://doi.org/10.18256/2447-3944.2018.v4i1.2339

NORTON, B. Language, Identity, and the Ownership of English. Tesol Quaterly. Alexandria, v. 31, n. 3, p. 209-429, 1997. Doi: https://doi.org/10.2307/3587831

NÓVOA, A. O espaço público da educação: imagens, narrativas e dilemas. In: ______. (org.). Tempos de formação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002. p. 237-263.

PENNYCOOK, A. English and the Discourses of Colonialism. London: Routledge, 2002. Doi: https://doi.org/10.4324/9780203006344

PHILIPSON, R. Linguistic Imperialism. Oxford: Oxford University Press , 1992.

ROSA, J.; FLORES, N. Unsettling Race and Language: Toward a Raciolinguistic Perspective. Language in Society, Cambridge, v. 46, n. 5, p. 621-647, Nov. 2017. Doi: https://doi.org/10.1017/S0047404517000562

SOUSA SANTOS, B. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1997.

SOUZA, L. M. T. M. Engaging the global by re-situating the local: (Dis)locating the literate global subject and his view from nowhere. In: OLIVEIRA ANDREOTTI, V.; SOUZA, L. M. T. M. (org.). Postcolonial Perspectives on Global Citizenship Education. Londres: Routledge, 2011. v. 1, p. 1-246.

SOUZA, L. M. T. M. Remapping Writing: indigenous writing and cultural conflict in Brazil. English Studies in Canada, Ontario, v. 30, n.3, p. 4-16, 2004. Doi: https://doi.org/10.1353/esc.2004.0033

SOUZA, N. S. Tornar-se negro ou As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1990.

TILIO, R. C. A representação do mundo no livro didático de inglês como língua estrangeira: uma abordagem sócio-discursiva. The Especialist, São Paulo, v. 31, p. 167-192, Oct. 2010.

VERONELLI, G. A Coalitional Approach to Theorizing Decolonial Communication. Hypatia, Washington, v. 31, n. 2, p. 304-420, 2016. Doi: https://doi.org/10.1111/hypa.12238

WALSH, C. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores , 2007. p. 47-62.

WINDLE, J. Neoliberalism, Imperialism and Conservatism: Tangled Logics of Educational Inequality in the Global South. Discourse: Studies in the Cultural Politics of Education, Melbourne, v. 40, n. 2. p. 191-202, 2018. Doi: https://doi.org/10.1080/01596306.2019.1569878

ZACHARIAS, N. T. Acknowledging Learner Multiple Identities in the EFL Classroom. K@ata, Surabaya, v. 12, n. 1, p. 26-41, June 2010. Doi: https://doi.org/10.9744/kata.12.1.26-41

Downloads

Publicado

05-05-2020

Edição

Seção

Número temático - Linguagem, Raça, Gênero e Interseccionalidades (Lançamento em 2019)