Gamificação, ensino de línguas estrangeiras e formação de professores
Palavras-chave:
formação de professores, ensino de línguas, Gamificação, perspectiva histórico-cultural, perspectiva dialógica de linguagemResumo
Neste artigo buscamos refletir sobre a Gamificação enquanto recurso mediacional ou estratégia pedagógica no ensino de línguas estrangeiras e na formação de professores de línguas, discorrendo sobre o conceito, apresentando alguns elementos de jogos e trazendo alguns dos princípios de aprendizagem inerentes a bons jogos (GEE, 2003), articulando teorias do campo da linguagem, da Psicologia e Design de jogos. Ilustramos a discussão com um sistema gamificado elaborado para uma disciplina de pós-graduação na área de Linguística Aplicada e verificamos se e como os professores participantes da disciplina se apropriaram do conceito e o utilizaram em suas aulas, via suas produções acadêmicas envolvendo o tema. Problematizamos a utilização de um modelo raso de gamificação, baseado em uma visão meramente comportamentalista, skinneriana, defendendo que é necessário que os professores tenham um certo grau de letramento em jogos, tanto para trabalhar com jogos como para gamificar.
Downloads
Referências
ALVES, R. de S. Motivação, afetividade e aprendizagem de inglês em um processo gamificado no ensino fundamental. 2017. 193f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade de Taubaté (Unitau), Taubaté, 2017.
ALVES, L. R. G.; MINHO, M. R. S.; DINIZ, M. V. C. Gamificação: diálogos com a educação. In: FADEL, L. M. et al. (org.). Gamificação na Educação. São Paulo: Pimenta Cultural, 2014. p. 74-97.
ARJORANTA, J. Game Definitions: A Wittgensteinian Approach. Game Studies: The International Journal of Computer Game Research, [S.l], v. 14, n. 1, [s.p.], 2014. Disponível em: http://gamestudies.org/1401/articles/arjoranta. Acesso em: 12 set. 2019.
BACICH, L.; MORAN, J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BARTLE, R. Who Plays MUAs? Comms Plus!, Oct./Nov. 1990. p. 18-19. Disponível em: https://mud.co.uk/richard/wpm.htm. Acesso em: 16 out. 2019.
BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 103-116, jul./dez. 1998. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-25551998000200007.
BUCKINGHAM, D.; BURN, A. Game Literacy in theory and practice. Jl. of Educational Multimedia and Hypermedia, Waynesville, NC, v. 16, n. 3, p. 323-349, jul. 2007.
BURKE, B. Gamify: How Gamification Motivates People to Do Extraordinary Things. MA: Bibliomotion, 2014.
CALLOIS, R. Os Jogos e os Homens: A máscara e a vertigem. Tradução de José Garcez Palha. Lisboa: Cotovia, 1990.
CAROLEI, P.; TORI, R. Design educacional em jogo. In: SANTAELLA, L.; NESTERIUK, S.; FAVA, F. (org.). Gamificação em debate. São Paulo: Blutcher, 2018. p. 163-176.
CHOU, Y.-K. Actionable Gamification: Beyond Pints, Badges and Leaderboards. San Francisco: Octalysis Media, 2014.
COLERIDGE, S. T. Biographia Literaria, 1817. Disponível em: http://www.gutenberg.org/ebooks/6081. Acesso em: 28 set. 2019.
CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow: The Psychology of Optimal Experience. New York, NY: Harper Perennial, 1991.
DECI, E. L.; RYAN, R. M. The “What” and “Why” of Goal Pursuits: Human Needs and the Self-Determination of Behavior. Psychological Inquiry, [S.l.], v. 11 n. 4, p. 227-268, Oct. 2000. DOI: https://doi.org/10.1207/S15327965PLI1104_01.
DETERDING, S.; DIXON, D.; KHALED, R.; NACKE, L. From Game Design Elements to Gamefulness: Defining 'Gamification'. In: INTERNATIONAL ACADEMIC MINDTREK CONFERENCE: ENVISIONING FUTURE MEDIA ENVIRONMENTS, 15th, 2011, Tampere, Finlândia. Proceedings […]. New York, NY: Association for Computing Machinery, 2011. p. 9-15. DOI: https://doi.org/10.1145/2181037.2181040. Disponível em: https://www.cs.auckland.ac.nz/courses/compsci747s2c/lectures/paul/definitiondeterding.pdf. Acesso em: 20 set. 2019.
FULLERTON, T. Game design workshop: A playcentric approach to creating innovative games. 4th ed. Florida: CRC Press, 2019.
GEE, J. P. What Video Games Have to Teach Us about Learning and Literacy. New York: Palgrave/Macmillan, 2003. DOI: https://doi.org/10.1145/950566.950595.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2000.
HUNICKE, R.; LEBLANC, M.; ZUBEK, R. MDA: A formal approach to game design and game research. In: AAAI WORKSHOP ON CHALLENGES IN GAME AI, 2004, California, EUA. Proceedings […]. Palo Alto, Califórnia: The Association for the Advancement of Artificial Intelligence (AAAI), 2004. p. 01-05. Disponível em: https://www.aaai.org/Papers/Workshops/2004/WS-04-04/WS04-04-001.pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.
JUNG, C. G. Tipos psicológicos. 3. ed. Rio de Janeiro. Zahar, 1976.
JUUL, J. Half-real: Videogames Between Real Rules and Fictional Worlds. Cambridge: MIT Press, 2005.
KAPP, K. The Gamification of Learning and Instruction: Game-Based Methods and Strategies for Training and Education. San Francisco: Wiley, 2012. DOI: https://doi.org/10.1145/2207270.2211316.
KIM, A. J. Beyond Player Types: Kim’s Social Action Matrix. Feb. 2014. Disponível em: https://amyjokim.com/blog/2014/02/28/beyond-player-types-kims-social-action-matrix. Acesso em: 10 set. 2019.
KOSTER, R. A Theory of Fun for Game Design. 2nd. ed. Sebastopol, CA: O’Reilly Media, 2014
LAVE, J. Cognition in Practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
LAVE, J.; WENGER, E. Situated Learning: Legitimate Peripheral Participation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511815355.
MARCZEWSKI, A. Even Ninja Monkeys Like to Play: Gamification, Game Thinking & Motivational Design. [S.l.]: CreateSpace Independent Publishing Platform, 2015.
MARCZEWSKI, A. (s.d.) 52 Gamification Mechanics and Elements. Disponível em: https://www.gamified.uk/user-types/gamification-mechanics-elements/. Acesso em: 16 out. 2019.
MARINS, D. R. Um processo de gamificação baseado na teoria da autodeterminação. 2013. 125f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Sistemas de Informação) – Instituto Alberto Luiz de Coimbra, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2013.
MATTAR, J. Metodologias ativas para a educação presencial, blended e à distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.
McGONIGAL, J. Gaming can make a better a world. Palestra proferida no TED Talks, Palm Springs (California), fev. 2010. Disponível em: https://www.ted.com/talks/jane_mcgonigal_gaming_can_make_a_better_world?language=en. Acesso em: 09 nov. 2019.
MORÁN, J. M. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (org.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. V. II. p. 15-33. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 15 set. 2019.
MYERS, I. B.; MCCAULLEY M. H.; QUENK, N. L.; HAMMER, A. L. MBTI Manual: A Guide to the Development and Use of the Myers Briggs Type Indicator. 3rd ed. Palo Alto, CA: Consulting Psychologists Press, 1998.
NASCIMENTO, J. L. do A. M. G. do. Flow e motivação em uma disciplina gamificada de um curso de pós-graduação. 2017. 132f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade de Taubaté (Unitau), Taubaté, 2017.
PRIZOTO, F. da S. A. Gamificação das aulas de língua inglesa de um 6º. ano do ensino fundamental II de uma escola pública. In: CICTED, V.; ENIC TEEN, II., 2016, Taubaté. Anais eletrônicos [...]. Taubaté: UNITAU, 2016. Disponível em: http://www.unitau.br/files/arquivos/category_154/Enic_Teen_1518022257.pdf. Acesso em: 2 dez. 2019.
PRIZOTO, F. da S. A. Gamificação de “Romeo and Juliet” nas aulas de língua inglesa. In: CICTED, VI.; ENIC TEEN, III., 2017, Taubaté. Anais eletrônicos [...]. Taubaté: UNITAU, 2017a. Disponível em: https://unitau.br/files/arquivos/category_154/Enic_Teen_1518109769.pdf. Acesso em: 2 dez. 2019.
PRIZOTO, F. da S. A. Literatura inglesa nas aulas de inglês do ensino fundamental II: gamificação do conto “The Black Cat” de Edgar Allan Poe. In: CICTED, VI.; ENIC TEEN, III., 2017, Taubaté. Anais eletrônicos [...]. Taubaté: UNITAU, 2017b. https://unitau.br/files/arquivos/category_154/Enic_Teen_1518109769.pdf. Acesso em: 2 dez. 2019.
QUAST, K. Gamificando uma disciplina de pós-graduação em Linguística Aplicada. Caminhos em Linguística Aplicada, v. 14, n. 1, p. 183-209, 2016. Disponível em: http://periodicos.unitau.br/ojs/index.php/caminhoslinguistica/article/view/2159. Acesso em: 30 dez. 2019.
ROBERTSON, M. Can’t play, won’t play. Hide & Seek, [S.l], 2010. Disponível em: https://kotaku.com/cant-play-wont-play-5686393. Acesso em: 26 set. 2019.
ROGOFF, B. Apprenticeship in thinking. New York: Oxford, 1990.
RYAN, R. M.; DECI, E. L. Intrinsic Motivation and Self-Determination in Human Behavior. New York: Plenum Press, 1985.
SALEN, K.; ZIMMERMAN, E. Rules of Play: Game Design Fundamentals. Cambridge, MA: MIT Press, 2004.
SANTOS, L. A. A apropriação da gamificação pelo professor como instrumento do agir docente. 2017. 95f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade de Taubaté (Unitau), Taubaté, 2017.
SCHELL, J. When games invade real life. Palestra proferida no D.I.C.E. Summit, Las Vegas (California), fev. 2010. Disponível em: https://www.ted.com/talks/jesse_schell_when_games_invade_real_life. Acesso em: 22 out. 2019.
SILVA, M. L. G. da. Our “Restaurant Story”: relato de uma experiência de uso de um aplicativo de celular em aulas de língua inglesa no ensino fundamental. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE DIDÁTICA DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E SEGUNDAS (CIDLES), 5., 2016, São Paulo. São Paulo: USP, 2016.
SMOLKA, A. L. B. O (im)próprio e o (im)pertinente na apropriação das práticas sociais. Cadernos CEDES, Campinas, v. 20, n. 50, p. 26-40, abr. 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622000000100003.
SUITS, B. The Grasshopper: Games, life and utopia. Toronto: University of Toronto Press, 1978. DOI: https://doi.org/10.3138/9781487574338.
TOLKIEN, J. R. R. On Fairy Stories 1947. [Ensaio publicado a partir da palestra de 1939]. Disponível em: http://heritagepodcast.com/wp-content/uploads/Tolkien-On-Fairy-Stories-subcreation.pdf. Acesso em: abr. 2019.
VIGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
VIGOTSKI, L. S. The Problem of the Environment. In: VAN der VEER, R.; VALSINER, J. (ed.). The Vygotsky Reader. Oxford: Blackwell, 1994, p. 338-354. [Original publicado em 1934]
WERBACH, K.; HUNTER, D. For The Win: How Game Thinking Can Revolutionize Your Business. Philadelphia, Pennsylvania: Wharton Digital Press, 2012. [e-reader version].
WOOD, D.; BRUNER, J; ROSS, G. The Role of Tutoring in Problem Solving. Journal of Child Psychology and Psychiatry, [S.l.], v.17, p. 89-100, 1976. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1976.tb00381.x.
WU, M. What is Gamification, really? Linked in Aug. 2011. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/what-gamification-really-michael-wu-phd. Acesso em: 16 ago. 2019.
ZICHERMANN, G. Fun is the Future: Mastering Gamification. Palestra proferida no Google Tech Talks, Mountain View (California), out. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6O1gNVeaE4g. Acesso em: 06 set. 2019.
ZICHERMANN, G.; CUNNINGHAM, C. Gamification by Design: Implementing Game Mechanics in Web and Mobile Apps. Sebastopol, CA: O’Reilly Media, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Karin Quast

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


