Escrita e poder
uma leitura do referencial curricular nacional para escolas indígenas
Palavras-chave:
letramento indígena, escrita, poderResumo
O objetivo deste trabalho é problematizar, dialogar com um ponto crucial da proposta do Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI): discutir alguns aspectos das propostas de práticas de escrita e leitura sob o prisma da relação escrita-poder. Procuro partir do posicionamento de alguns autores dos estudos de letramento e estudos de gêneros e tipos de textos para, no plano dialógico da constituição do discurso, refletir sobre "pontos de fuga" da interpretação do documento que estão diretamente relacionados ao que se tem discutido como dicotomia evolução / aculturação do sujeito aluno índio. Proponho, assim, uma leitura que incide teoricamente não só sobre a proposta de práticas escritas para as escolas indígenas, mas que pretende dizer algo sobre o fracasso de nossa escola.
Downloads
Referências
BAY, Universidade indígena. A história da escrita. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/bay/sites/xacriaba/historiadaescrita.htm>. Acesso em: 08 jan. 2007.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa para as escolas indígenas. Brasília: MEC, 1992.
BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC, 1998.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de Linguagens, texto e discursos. Por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: Educ, 1997.
CARDONA, G. R. Antropología de la escritura. Barcelona: Editorial Gedisa, 1994.
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora UNESP/ Imprensa Oficial do Estado, 1999.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: UnB, 1992/2001.
FERREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
GEE, J. P. La ideología en los discursos. Ediciones Morata. Colección Educación Crítica. Madrid, 2005.
GNERRE, M. Linguagem, escrita e poder. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GRAFF, H. J. The Literacy Myth: literacy and social structure in the nineteenth century city. New York and London: Academic Press, 1979.
GRAFF, H. J. Os labirintos da alfabetização: reflexões sobre o passado e o presente da alfabetização. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
HARRIS, Roy. The language-makers. London: Duckworth, 1980.
KLEIMAN, A. B. Leitura: ensino e pesquisa. São Paulo: Pontes: 1989.
KLEIMAN, A. B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.
LÉVI-STRAUSS, C. Tristes tropiques. Paris: Plon, 1974.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
OLIVEIRA, G. M. O que quer a lingüística e o que se quer da lingüística na pedagogia da diferença? A delicada questão da assessoria ao movimento indígena. In: CONFERÊNCIA AMERÍNDIA DE EDUCAÇÃO - AMERÍNDIA: tecendo os caminhos da edcuação escolar. Anais... Cuiabá, MT: Secretaria de Estado da Educação, 17 a 21 nov. 1997.
OLIVEIRA, G. M. de; OLIVEIRA, S. M. Formação de Professores: Um caso de Política Lingüística nas comunidades Kaingáng. In: I ENCONTRO DE VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA DO CONE SUL, 1, 1996. Anais..., Porto Alegre, 2 a 4 set. 1996.
ROJO, R. Gêneros do discurso e gêneros textuais: Questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, J. L. et al. (Org.). Gêneros: Teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola, 2005. p. 184-207.
TFOUNI, L. V. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2012 Revista Brasileira de Linguística Aplicada

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


