Graffiti na cultura hip-hop

relações entre linguagem, identidade e espaço urbano na perspectiva transperiférica e indisciplinar da Linguística Aplicada

Autores

Palavras-chave:

Graffiti, Hip-Hop, Letramentos de reexistência, Paradigma Transperiférico, Linguística Aplicada Indisciplinar

Resumo

Este artigo aborda a importância do graffiti na cultura hip-hop e sua relação com a linguagem, identidade e o espaço urbano. Embora seja uma forma de expressão artística importante, o graffiti é frequentemente visto como um ato de vandalismo que causa desconforto nos sujeitos que enxergam o mundo pela ótica do capitalismo neoliberal. O texto argumenta que esse estigma é uma forma de perpetuar discursos que promovem a segregação e marginalização de indivíduos com base em raça, gênero e classe social. Essa pesquisa qualitativa adotará uma perspectiva crítica para compreender fenômenos linguísticos, como ressaltado na abordagem do bricoleur (Denzin; Lincoln, 2006) do pesquisador a fim de transitar por campos de conhecimento distintos e confluentes. Por meio de entrevistas conduzidas com os participantes dessa pesquisa, é possível perceber que o graffiti é considerado um produto de uma disputa linguística nas paisagens urbanas e também um apontamento nos estudos sobre novos letramentos (Mattos, 2011). O artigo discute como o graffiti pode representar uma forma de reexistência (Souza, 2009; 2011) no paradigma transperiférico (Windle et al., 2020), encontrando também apoio na perspectiva da linguística aplicada indisciplinar (Moita Lopes, 2006; Pennycook, 2006).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALIM, S. H. Critical Hip-Hop Language Pedagogies: Combat, Consciousness, and the Cultural Politics of Communication. Journal of Language, Identity, and Education, v. 6, n. 2, p. 161-176, 2007. DOI: https://doi.org/10.1080/15348450701341378.

BRIGHENTE, M. F.; MESQUIDA, P. Michel Foucault: corpos dóceis e disciplinados nas instituições escolares. In: PROCCEEDINGS of I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação. Curitiba, PUC-PR, 2011. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2011/4342_2638.pdf. Acesso em: 20 de março de 2023.

CONQUERGOOD, D. et al. Street Literacy. Handbook of Research on Teaching Literacy Through the Communicative and Visual Arts: Sponsored by the International Reading Association, v. 1, p. 354, 2004.

DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 432p.

FERRELL, J. Crimes of Style: Urban Graffiti and the Politics of Criminality. London: Routledge, 1996.

FORMAN, M.; NEAL, M. A. That’s the Joint! The Hip-hop Studies Reader. New York: Routledge, 2004. 648p.

GITAHY, C. O que é graffiti. São Paulo: Brasiliense, 1999. 66p.

JAWORSKI, A.; THURLOW, C. (eds.). Semiotic Landscapes: Language, Image, Space. London: A&C Black, 2010. 305p.

LOPES, A. C. et al. Desregulamentando dicotomias: transletramentos, sobrevivências, nascimentos. Trab. linguist. apl., Campinas, v. 56, n. 3, p. 753-780, dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132017000300753&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 Feb. 2023.

MATTOS, A. M. de A. Novos letramentos, ensino de língua estrangeira e o papel da escola pública no século XXI. Revista X, v. 1, n. 1, p. 33-41. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v1i1.2011.22474.

MOITA LOPES, L. P. da (org.). Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

ORLANDI, E. P. A Casa e a Rua: uma relação política e social. Educação & Realidade, v. 36, n. 3, p. 693-703, 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3172/317227058008.pdf. Acesso em: 01 de jan. 2023.

ORLANDI, E. P. Cidade dos sentidos. Campinas: Pontes, 2004.

PENNYCOOK, A. Critical applied linguistics. In: DAVIES, A.; ELDER, C. (eds.). The Handbook of Applied Linguistics. Hoboken: Blackwell Publishing, p. 784-807, 2004.

PENNYCOOK, A. Uma Linguística Aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. da (org.). Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 85-105.

PENNYCOOK, A. Language, localization, and the real: Hip-hop and the global spread of authenticity. Journal of Language, Identity, and Education, v. 6, n. 2, p. 101-115, 2007. DOI: https://doi.org/10.1080/15348450701341246.

PENNYCOOK, A. Spatial narrations: Graffscapes and city souls. In: JAWORSKI, A. THURLOW, C. (eds.). Semiotic Landscapes: Language, Image, Space, A&C Black, 2010, p. 137-150.

PENNYCOOK, A. Language as a Local Practice. Abingdon: Routledge, 2010.

PRICE, E. G. Hip-Hop Culture. Santa Barbara: ABC-CLIO, 2006. 376p.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento do hip-hop. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas, 2009. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/269280/1/Souza_AnaLuciaSilva_D.pdf. Acesso em: 09 de dezembro de 2022.

WINDLE, J. et al. Towards a transperipheral paradigm: an agenda for socially engaged research. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 59, p. 1563-1576, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/DDWjJ7PTvgW4ykxknzdNztp/abstract/?lang=en. Acesso em: 10 de maio de 2023.

Downloads

Publicado

30-10-2023

Edição

Seção

Número Temático: Transperiferias: uma proposta para pesquisas socialmente engajadas (Lançamento 2023)