Desfazendo dicotomias em torno da metáfora
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.16.1.179-200Palabras clave:
Metáfora, Pensamento, Capacidade cognitiva.Resumen
Neste artigo, são criticadas duas dicotomias usuais nos estudos das metáforas: as que põem, de um lado, pensamento x linguagem, e, de outro, palavra x sentença. São apresentados vários argumentos que mostram que essas dicotomias não capturam a natureza das metáforas. Argumenta-se que uma metáfora é construída explorandoos recursos dos dois pólos das duas dicotomias citadas. Com base nesses argumentos, postula-se que a metáfora corresponde a uma capacidade cognitiva mais geral de estabelecer correlações entre domínios distintos, mas que essa capacidade necessita do meio expressivo que é a linguagem para ser posta em uso. Em outros termos, a metáfora construída pelo pensamento se apropria de relações semânticas já existentes no sistema lexical da língua.
