Consciência morfológica
o emprego de sufixos agentivos por crianças não alfabetizadas e em processo de alfabetização
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.30.3.1365-1396Palavras-chave:
aquisição da morfologia, consciência morfológica, sufixos agentivosResumo
O foco deste estudo foi a verificação da consciência morfológica em crianças não alfabetizadas e em processo de alfabetização, avaliada por meio da aplicação de uma tarefa de produção dos sufixos agentivos -or, -eiro, -ista. A consciência morfológica é a habilidade de manipulação das menores unidades de sentido de uma língua, os morfemas, e de reflexão sobre essas unidades. O corpus foi obtido por meio de entrevistas com 16 crianças, 8 do sexo masculino e 8 do sexo feminino, divididas em dois grupos: Grupo 1, com crianças não alfabetizadas (idade entre 4 e 5 anos); Grupo 2, com crianças em processo de alfabetização (idade entre 6 e 7 anos). A análise voltou-se para a manipulação de morfemas evidenciada pelo emprego de um morfema por outro com o mesmo valor agentivo. Os resultados mostraram o crescimento gradual da capacidade de análise da estrutura morfológica das palavras, condicionado pela idade e pela escolaridade, embora essa habilidade já se mostre presente desde a primeira faixa etária estudada, o que se interpreta como a presença precoce de um nível de consciência morfológica já na idade de 4 anos – desde essa idade as crianças já manipulam sufixos agentivos, formando palavras que não seguem a estrutura convencional da língua.