Espanhol como segunda língua
um estudo preliminar sobre a percepção do contorno entoacional de enunciados interrogativos totais e parciais por aprendizes brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.31.1.305-343Palavras-chave:
percepção, entoação, interrogativas totais, interrogativas parciais, espanhol como segunda línguaResumo
O foco deste estudo piloto foi verificar se brasileiros aprendizes de espanhol como segunda língua (L2) são capazes de perceber a diferença na entoação de interrogativas totais e parciais na língua espanhola, além de examinar se o tempo de aquisição/exposição à língua alvo pode influenciar nesta percepção. Os enunciados interrogativos totais e parciais, na língua espanhola, apresentam como principal propriedade prosódica o movimento na inflexão final, sendo majoritariamente ascendente nas interrogativas totais e descendente nas interrogativas parciais. O corpus foi obtido pela aplicação de cinco testes de percepção a três participantes, estudantes do curso de Letras – Português/Espanhol, sendo dois estudantes do sétimo semestre e um do terceiro. Os resultados mostraram que os participantes apresentaram maior êxito na discriminação da entoação de interrogativas parciais em relação às interrogativas totais, o que se atribui à influência da L1 no processo de aquisição da L2, já que nas interrogativas parciais o padrão entoacional se aproxima nas duas línguas. Quanto ao tempo de exposição à língua alvo, verificou-se que a estudante do terceiro semestre apresenta um processamento mais lento frente aos estímulos da L2. Em trabalhos futuros, irá ampliar-se o número de participantes com diferentes níveis de aquisição da língua espanhola, a fim de observar-se com maior acurácia se, de fato, o tempo de processamento linguístico é maior por estudantes dos semestres iniciais e se, de fato, o nível de compreensão influencia na percepção de aspectos prosódicos da língua espanhola como L2.