O reparo visual em um curso de contação de histórias em Português como Língua Adicional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/2237-2083.31.3.1485-1529

Palavras-chave:

reparo visual, intersubjetividade, contação de histórias, PLA, análise da conversa

Resumo

Neste estudo, explorarmos como os participantes de um curso de contação de histórias em Português Língua Adicional (PLA) utilizam práticas de reparo (i.e. apontam e resolvem eventuais problemas na produção e no entendimento das locuções para garantir a intersubjetividade) em sala de aula. Buscamos refletir sobre três questões: 1) como os participantes utilizam o reparo visual (i.e. o uso sequencial e coordenado de gestos e outras ações corporificadas para solucionar dificuldades na interação) como recurso para a manutenção da intersubjetividade nas aulas observadas?; 2) qual é a relação entre as condutas verbais e não-verbais na organização do reparo durante as atividades do curso em questão?; 3) com base nos dados deste estudo e de outros já publicados na área, qual é a peculiaridade da organização de reparo na sala de aula observada em relação à organização do reparo produzida em salas de aula configuradas de maneira tradicional (com alunos sentados um atrás do outro em fileiras)? Os resultados apontam para o uso do reparo visual como um método prático (i.e. método comum e rotineiro) utilizado por professora e alunas nas atividades pedagógicas observadas.

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Publicado

2024-10-08

Como Citar

O reparo visual em um curso de contação de histórias em Português como Língua Adicional. Revista de Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 31, n. 3, p. 1485–1529, 2024. DOI: 10.17851/2237-2083.31.3.1485-1529. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/relin/article/view/55165. Acesso em: 27 dez. 2024.