Sintomas urinários e intestinais na ótica de crianças, seus cuidadores e especialistas
Estudo qualitativo à luz da teoria dos sintomas desagradáveis
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-9389.2024.40051Palavras-chave:
Criança, Sintomas do Trato Urinário Inferior, Constipação Intestinal, Cuidadores, Especialização, Teoria de EnfermagemResumo
Objetivo: entender a experiência de sintomas urinários e intestinais na infância, considerando a Teoria de Sintomas Desagradáveis, pelos olhares das crianças, seus cuidadores e especialistas. Método: realizou-se um estudo descritivo, qualitativo, recrutando crianças e cuidadores em um ambulatório de enfermagem especializado de um hospital público de ensino no Distrito Federal. Especialistas, em sua maioria da mesma instituição, foram recrutados, além de profissionais de outros estabelecimentos de saúde pela técnica de bola de neve. A coleta de dados foi de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas. A análise temática seguiu uma abordagem indutiva, baseada no referencial teórico. Resultados: participaram 14 especialistas, 11 cuidadores e 7 crianças. Identificaram-se três categorias temáticas: verbalização das características dos sintomas pela criança; fatores que influenciam a experiência dos sintomas; repercussões como contribuintes para dos sintomas na criança. Os entrevistados destacaram fatores fisiológicos, psicológicos e situacionais. Quanto às repercussões, bullying, desempenho escolar e a dificuldade de dormir fora foram pontos importantes. Recomenda-se linguagem simples e acessível, usando 'xixi' e 'cocô', e termos relacionados ao tempo, facilitando coletar informações das crianças e incluir sua perspectiva no cuidado urológico. Conclusão: o estudo proporcionou uma compreensão detalhada da experiência de sintomas urinários e intestinais em crianças, segundo a Teoria de Sintomas Desagradáveis. Os achados ajudam a melhorar e qualificar o cuidado em urologia pediátrica, adotando uma abordagem centrada na criança, aplicável tanto em atenção especializada quanto primária à saúde.
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