Uso de uterotônicos no terceiro período do parto em uma maternidade da Zona da Mata Mineira
DOI:
https://doi.org/10.5935/1415.2762.20200081Palavras-chave:
Trabalho de Parto, Terceira Fase do Trabalho de Parto, Parto Obstétrico, Cuidados de EnfermagemResumo
Objetivo: avaliar o uso de uterotônico em parturientes primíparas durante o terceiro período de trabalho de parto, segundo via de nascimento e fatores assistenciais associados, em uma maternidade de um município Zona da Mata Mineira. Método: estudo transversal, descritivo e analítico, com 222 mulheres. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas. A análise descritiva foi realizada mediante frequências relativas e absolutas. O teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado para identificar as diferenças estatísticas relacionadas ao uso do uterotônico, tendo em vista as características sociodemográficas e a assistência obstétrica. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada. Resultado: mais de 80% das puérperas receberam uterotônico independentemente da via de administração. Após ajustes por características sociodemográficas, identificou-se que: não estar em trabalho de parto na internação; ter tido parto normal; amamentar na sala de parto; ter acompanhante na sala de parto; ter contato pele a pele; e receber massagem para extração da placenta foram condições associados ao uso do uterotônico intramuscular. Evidenciou-se que: ter sido submetida à cesariana; não amamentar na sala de parto; não receber contato pele a pele; e não ser submetida à massagem para extração da placenta associaram-se ao uso intravenoso. Conclusão: concluiu-se que fatores da assistência obstétrica estão associados à aplicação de uterotônico em parturientes primíparas durante o terceiro período de trabalho de parto, independentemente da via de administração, e que seu uso é uma medida realizada para o manejo do terceiro período do trabalho de parto.
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