A atenção paliativa oncológica e suas influências psíquicas na percepção do enfermeiro
DOI:
https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190116Palavras-chave:
Estresse Psicológico, Enfermeiras e Enfermeiros, Cuidados Paliativos, Institutos de CâncerResumo
Objetivo: compreender quais são as principais influências psíquicas da atenção paliativa oncológica na percepção do enfermeiro. Método: a pesquisa é exploratória descritiva, com abordagem qualitativa. O campo de pesquisa elegível foi o setor de internação de uma unidade hospitalar especializada em cuidados paliativos. Essa unidade pertence a um centro de referência nacional de tratamento de câncer, localizado no estado do Rio de Janeiro. A coleta dos dados ocorreu a partir de uma entrevista semiestruturada e o universo do estudo foi composto de 18 enfermeiros. Os dados coletados foram analisados com o "QualiQuantiSoft" (com base na teoria do discurso do sujeito coletivo). Resultados: emergiram dois discursos do sujeito coletivo (DSC) com suas ideias centrais: DSC1 - "influência negativa oriunda da atenção paliativa oncológica na percepção do enfermeiro” e DSC2 - "influência positiva oriunda da atenção paliativa oncológica na percepção do enfermeiro". Conclusão: a influência do trabalho sobre o comportamento dos enfermeiros é evidente, sendo esta em alguns momentos fonte de prazer e, em outros, fonte de sofrimento. Verificamos que os conflitos na equipe multidisciplinar, conflitos organizacionais e desgaste físico foram as categorias de maior impacto sobre o sofrimento psíquico. Frente às características descritas pelos enfermeiros na voz do DSC, faz-se necessário desenvolver uma prática de intervenção, a fim de minimizar o sofrimento psíquico dos enfermeiros na atenção paliativa oncológica.
Downloads
Referências
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015[citado em 2017 set. 03]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/bvscontrolecancer/publicacoes/Estimativa_2016.pdf
World Health Organization. WHO definition of palliative care. Geneva: WHO; 2019[citado em 2019 abr. 15]. Disponível em: http://www.who.int/cancer/palliative/definition/en/
Silveira MH, Ciampone MHT, Gutierrez BAO. Percepção da equipe multiprofissional sobre cuidados paliativos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2014[ citado em 2018 set. 16];17(1):7-16. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v17n1/1809-9823-rbgg-17-01-00007.pdf
Dejours C, Barros JO, Lancman S. A centralidade do trabalho para a construção da saúde. Rev Bras Ter Ocup. 2016[citado em 2017 jul. 20];27(2):228-35. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rto/article/view/119227/116632
Ferreira CAA, Reis Neto MT, Kilimnik ZM, Santos ASD. O contexto do estresse ocupacional dos trabalhadores da saúde: estudo bibliométrico. Rev Gest Sistema Saúde. 2016[citado em 2018 set. 16];5(2):84-99. Disponível em: http://www.revistargss.org.br/ojs/index.php/rgss/article/download/233/188
Jayet C, Dejours C, Abdoucheli E, Stocco MI. Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana a Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. 10ª Reimp. São Paulo: Atlas; 2014.
Dejours C, Abdoucheli E, Jayet C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à analise da relação prazer, sofrimento. São Paulo: Atlas; 1994.
Carrasqueira FA, Barbarini N. Psicodinâmica do trabalho: uma reflexão acerca do sofrimento mental nas organizações. Jornada de Saúde Mental e Psicanálise da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba; 2010.
Dejours C. Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho? Rev Cult. 2010[citado em 2018 set. 16].Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/reencantar-o-trabalho/
Almeida MAR. Prazer e sofrimento no trabalho do enfermeiro hospitalar. Nursing. 2018[citado em 2018 set. 16];21(246):2482-8. Disponível em:http://www.revistanursing.com.br/revistas/247/pg36.pdf
Lefevre F, Lefevre AMC. Discurso do sujeito coletivo: representações sociais e intervenções comunicativas. Texto Contexto Enferm. 2014[citado em 2018 set. 16];23(2):502-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v23n2/pt_0104-0707-tce-23-02-00502.pdf
Lefevre F, Lefevre AMC. O discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa qualitativa. Caxias do Sul: Educs; 2005.
Santos MA, Hormanez M. Atitude frente à morte em profissionais e estudantes de Enfermagem: revisão da produção científica da última década. Ciênc Saúde Colet. 2013[citado em 2018 dez. 12];18(9):2757-68. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n9/v18n9a31.pdf
Brito SMC, Ramos RS, Santos EI, Veloso OS, Silva AMS, Mariz RGA. Representação social dos enfermeiros sobre cuidados paliativos. Rev Cuid. 2015[citado em 2018 set. 16].Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/cuid/v6n2/v6n2a06.pdf
Santos NAR, Santos J, Silva VR, Passos JP. Estresse ocupacional na assistência de cuidados paliativos em oncológia. Cogitare Enferm. 2017[citado em 2018 set. 16];(22)4:e50686. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/12/876588/50686-219740-1-pb.pdf
Cândido J, Souza LR. Síndrome de Burnout: as novas formas de trabalho que adoecem. Psicologia. 2016[citado em 2018 set. 16]. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1054.pdf
Cremonese GR, Motta RF, Traesel ES. Implicações do trabalho na saúde mental dos Agentes Comunitários de Saúde. Cad Psicol Soc Trab. 2013[citado em 2018 set. 16];16(2): 279-93. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cpst/v16n2/a10v16n2.pdf
Miguel FK. Psicologia das emoções: uma proposta integrativa para compreender a expressão emocional. Psico-USF. 2014[citado em 2018 set. 16];20(1):153-62. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v20n1/1413-8271-pusf-20-01-00153.pdf
Chiavegatto CV, Algranti E. Políticas públicas de saúde do trabalhador no Brasil: oportunidades e desafios. Rev Bras Saúde Ocup. 2013[citado em 2018 set. 16]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbso/v38n127/v38n127a05.pdf
Caverzan TCR, Calil ASG, Araujo CS, Ruiz PBO. Humanização no processo de informações prestadas aos acompanhantes dos pacientes cirúrgicos. Arq Ciênc Saúde. 2017[citado em 2018 set. 16];24(4):37-41 .Disponível em: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/735/726
Campos JF, David HMSL, Souza NVDO. Prazer e sofrimento: avaliação de enfermeiros intensivistas à luz da psicodinâmica do trabalho. Escola Anna Nery Rev Enferm. 2014[citado em 2018 set. 16];18(1):90-5. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v18n1/1414-8145-ean-18-01-0090.pdf
Augusto MM, Freitas LG, Mendes AM. Vivências de prazer e sofrimento no trabalho de profissionais de uma fundação pública de pesquisa. Psicol Rev. 2014[citado em 2018 set. 16];20(1):34-55. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v20n1/v20n1a04.pdf
Maslow AH. Motivation and personality. 2ª ed. New York: Harper Row Publishers; 1970.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Reme: Revista Mineira de Enfermagem
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.