Reconfigurações do tempo histórico
presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2016.2770Palavras-chave:
Presentismo, Heidegger, AtualismoResumo
Para tratarmos da pensarmos sobre a nossa historicidade atual com base na “experiência do tempo”, pretendemos refletir neste artigo refletimos sobre uma das principais hipóteses relacionadas sobre as atuais formas atuais de temporalização: o presentismo de François Hartog. Essa sintomatologia do contemporâneo implica a ponta para uma ruptura substantiva entre o momento historicista-moderno, geralmente situado no século XIX, e um "regime de historicidade" emergente que seria substancialmente distinto. Apresentaremos algumas objeções a essa descrição e, considerando e a partir da leitura do capítulo "Temporalidade e cotidianidade" da obra e Ser e Tempo, argumentaremos que certos aspectos do tempo presente considerados apontados como sintomas de uma mutação histórica da experiência podem ser derivados das descrições de Heidegger da temporalidade da “abertura” (Erschlossenheit), em particular da dimensão “inautêntica” ou “imprópria”. Por fim, apresentaremos uma leitura do episódio “White Christmas”, da série Black Mirror, como um estudo de caso para verificar a operacionalidade do conceito de atualismo para a compreensão de determinadas distopias/utopias contemporâneas, com foco a partir da temática da solidão.