Cronicidade dos processos de reconstrução e recuperação em desastres
as histórias que nem todos avós poderão contar
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2022.39413Palavras-chave:
Afetados, Desabrigados, Calamidades, Defesa civil, Políticas públicasResumo
Os processos de reconstrução e recuperação em desastres têm pouca visibilidade pública e as pesquisas sobre o tema ainda são escassas, sobretudo no contexto brasileiro. O objetivo deste artigo é analisar as especificidades dos idosos nos processos de reconstrução e recuperação em desastres. Para tanto, baseia-se na pesquisa bibliográfica, na pesquisa documental sobre políticas públicas de proteção e defesa civil, e em pesquisas de campo, de base qualitativa, nos desastres de São Luiz do Paraitinga (2010), Nova Friburgo (2011), Teresópolis (2011), Blumenau (2008 e 2011) e Ilhota (2008 e 2011). Os resultados indicam: a) os sentidos de afetação vivenciados pelos(as) idosos (as) no contexto de emergência e desastre; b) práticas insuficientes dos(as) gestores (as) e das políticas públicas diante dessas afetações; e, c) possíveis estratégias para aperfeiçoamento e/ou implementação de políticas públicas de reconstrução e recuperação em desastres, sobretudo a partir do Sistema Único de Assistência Social.
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