“Para as crianças, distração…”

sobre formas de se olhar a infância em contextos de desastres

Autores

  • Aline Regina Gomes Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)
  • Luciana Maciel Bizzotto Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Pollyanna Franfes Xavier Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-770X.2020.20864

Palavras-chave:

infância, desastres, rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão

Resumo

A produção dos desastres, como fenômeno resultante de processos anteriormente concebidos, invariavelmente atravessa as experiências pessoais, inclusive das crianças como sujeitos da realidade social vivida. Este artigo apresenta algumas reflexões sobre a infância em contextos de desastres no Brasil, tema pouco explorado frente ao acumulado número de desastres associados à mineração no país. Baseando-nos em duas experiências com comunidades atingidas pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), trazemos reflexões sobre diferentes formas de silenciamento e invisibilização das crianças nesse contexto. Para tanto, dialogamos com categorias tradicionalmente discutidas no campo dos Estudos da Infância, tais como o brincar, a noção de direitos da criança e a infância no interior de processos de mobilização social.

Biografia do Autor

  • Luciana Maciel Bizzotto, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Doutoranda em Educação e Inclusão Social pela Faculdade de Educação da UFMG

  • Pollyanna Franfes Xavier, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Bacharel em Psicologia pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG

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Publicado

2021-10-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Para as crianças, distração…”: sobre formas de se olhar a infância em contextos de desastres. Revista da UFMG, Belo Horizonte, v. 27, n. 2, p. 492–517, 2021. DOI: 10.35699/2316-770X.2020.20864. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/20864. Acesso em: 18 dez. 2024.