v. 3 n. 1 (2022): Dossiê - Da crítica ao dispositivo da propriedade à aposta no comum: corpos, colonialidades, mundos (jan/jun 2022)
Dossiê especial

Não comum

Roberto Esposito
Escola Normal Superior de Pisa, Pisa, Itália
Biografia
Ana Suelen Tossige Gomes
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
Biografia

Publicado 06-09-2022

Palavras-chave

  • propriedade,
  • comum,
  • negativo,
  • modernidade

Como Citar

ESPOSITO, R.; GOMES, A. S. T. Não comum. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 66–76, 2022. DOI: 10.53981/destroos.v3i1.40284. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/40284. Acesso em: 19 mar. 2024.

Resumo

Neste texto, que compõe um dos capítulos do seu livro Política e negação: por uma filosofia afirmativa, o filósofo italiano Roberto Esposito examina a propriedade como categoria política do Moderno. Enquanto tal, a propriedade teria se constituído e operaria por meio do negativo, isto é, através da negação do seu contrário. Pois, assim como ocorre com a soberania e a liberdade, característica das categorias políticas fundamentais do Moderno é que elas teriam sido definidas a partir da negação daquilo que não são, permanecendo atreladas – em uma relação constitutiva – aos seus opostos. Percorrendo arqueologicamente a construção moderna do instituto – desde a sua afirmação como direito natural, fruto do trabalho, até a sua volatização em mero título jurídico –, o que Esposito demonstra é que a propriedade se constituiu não como uma entidade positiva, mas como a negação daquela realidade originária que lhe subjaz: o comum.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. ARISTÓTELES. Política II. Trad. António Campelo Amaral e Carlos Gomes. Lisboa: Vega, 1998.
  2. BARCELLONA, Pietro. L’individualismo propietario. Torino: Bollati Boringhieri, 1987.
  3. BLACKSTONE, William. Commentaries on the laws of England. Oxford: Clarendon: 1766.
  4. DEMOLOMBE, Jean Charles Florent. Traité de la distinction des pouvoirs et des biens. In: DEMOLOMBE, Jean Charles Florent. Cours de Code Napoléon. Paris: Durand et Hachette, 1857-1882.
  5. GROSSI, Paolo. Um altro modo di possedere.L’emersione di forme alternative di proprietá alla coscienza giuridica postunitaria. Milano: Giuffrè, 1977.
  6. KANT, Immanuel. Primeiros princípios metafísicos da doutrina do direito. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis: Vozes, 2019. [E-book].
  7. LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. In: John Locke. Os Pensadores XVIII. Trad. E. Jacy Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  8. ROUSSEAU, Jean Jacques. Do contrato social. In: CIVITA, Victor (ed.). Jean Jacques Rousseau. Os pensadores XXIV. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  9. SCHIAVONE, Aldo. Ius. L’invenzione romana del diritto in Occidente. Torino: Einaudi, 2005.
  10. THOMAS, Yan. Il valore delle cose. Trad. Michele Spanò. Macerata: Quodlibet, 2015.
  11. TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica VI. Trad. Aldo Vannucchi et al. São Paulo: Loyola, 2002.
  12. XIFARAS, Mikhaïl. La propriété. Étude de philosophie du droit. Paris: Puf, 2004.