Publicado 06-09-2022
Palavras-chave
- propriedade,
- comum,
- negativo,
- modernidade
Como Citar
Copyright (c) 2022 (Des)troços: revista de pensamento radical
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Resumo
Neste texto, que compõe um dos capítulos do seu livro Política e negação: por uma filosofia afirmativa, o filósofo italiano Roberto Esposito examina a propriedade como categoria política do Moderno. Enquanto tal, a propriedade teria se constituído e operaria por meio do negativo, isto é, através da negação do seu contrário. Pois, assim como ocorre com a soberania e a liberdade, característica das categorias políticas fundamentais do Moderno é que elas teriam sido definidas a partir da negação daquilo que não são, permanecendo atreladas – em uma relação constitutiva – aos seus opostos. Percorrendo arqueologicamente a construção moderna do instituto – desde a sua afirmação como direito natural, fruto do trabalho, até a sua volatização em mero título jurídico –, o que Esposito demonstra é que a propriedade se constituiu não como uma entidade positiva, mas como a negação daquela realidade originária que lhe subjaz: o comum.
Downloads
Referências
- ARISTÓTELES. Política II. Trad. António Campelo Amaral e Carlos Gomes. Lisboa: Vega, 1998.
- BARCELLONA, Pietro. L’individualismo propietario. Torino: Bollati Boringhieri, 1987.
- BLACKSTONE, William. Commentaries on the laws of England. Oxford: Clarendon: 1766.
- DEMOLOMBE, Jean Charles Florent. Traité de la distinction des pouvoirs et des biens. In: DEMOLOMBE, Jean Charles Florent. Cours de Code Napoléon. Paris: Durand et Hachette, 1857-1882.
- GROSSI, Paolo. Um altro modo di possedere.L’emersione di forme alternative di proprietá alla coscienza giuridica postunitaria. Milano: Giuffrè, 1977.
- KANT, Immanuel. Primeiros princípios metafísicos da doutrina do direito. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis: Vozes, 2019. [E-book].
- LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. In: John Locke. Os Pensadores XVIII. Trad. E. Jacy Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
- ROUSSEAU, Jean Jacques. Do contrato social. In: CIVITA, Victor (ed.). Jean Jacques Rousseau. Os pensadores XXIV. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
- SCHIAVONE, Aldo. Ius. L’invenzione romana del diritto in Occidente. Torino: Einaudi, 2005.
- THOMAS, Yan. Il valore delle cose. Trad. Michele Spanò. Macerata: Quodlibet, 2015.
- TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica VI. Trad. Aldo Vannucchi et al. São Paulo: Loyola, 2002.
- XIFARAS, Mikhaïl. La propriété. Étude de philosophie du droit. Paris: Puf, 2004.