Três décadas de Homo Sacer: poder, vida e a desarticulação dos fundamentos na filosofia de Giorgio Agamben
Publicado 30-01-2025
Palavras-chave
- Teologia Política,
- Direito,
- Soberania,
- História – Poder
Copyright (c) 2025 Murilo Luiz Gentil de Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Como Citar
Resumo
O projeto Homo Sacer de Giorgio Agamben oferece uma análise interdisciplinar inovadora das relações entre política, direito, teologia e linguagem. O objetivo é revelar como essas esferas interagem e moldam a vida contemporânea, desafiando visões tradicionais de soberania e biopolítica. Agamben utiliza o conceito de “homo sacer”, uma figura que simboliza a vida exposta à violência soberana sem proteção legal, para ilustrar a linha invisível de exclusão nas democracias modernas.
A metodologia de Agamben combina uma abordagem arqueológica e crítica das Ciências Humanas, revelando como o poder soberano entrelaça-se com tradições teológicas e culturais. Ele argumenta que a secularização não eliminou influências religiosas, mas as adaptou, mantendo estruturas de controle histórico. A linguagem jurídica é destacada como um mecanismo de poder que define fronteiras entre o protegido e o exposto. Os resultados mostram uma visão complexa do poder moderno como um campo de tensões an-árquicas, onde diferentes formas de controle se sobrepõem e interagem. A conclusão sugere que a obra de Agamben oferece uma nova perspectiva sobre a fragilidade da proteção jurídica e a persistência do estado de exceção, proporcionando uma compreensão mais rica e dinâmica das relações de poder na modernidade.
Downloads
Referências
- AGAMBEN, Giorgio; POLETI, Iraci D. Estado de exceção: homo sacer, II, 1. São Paulo: Boitempo, 2004. 142p. (Coleção estado de sítio).
- AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2010. nv. (Humanitas).
- AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz: homo sacer III : o arquivo e a testemunha. São Paulo: Boitempo, 2010. 175p. (Coleção Estado de sítio).
- AGAMBEN, Giorgio. O reino e a glória: uma genealogia teológica da economia e do governo: homo sacer, II, 2. São Paulo: Boitempo, 2011. 326p. (Estado de sítio).
- AGAMBEN, Giorgio. O tempo que resta. São Paulo: Autêntica. 2016 1 recurso online
- BENJAMIN, Walter. Illuminations: essays and reflections. Schocken Books, 1969.
- BUTLER, Judith. Notes Toward a Performative Theory of Assembly. Berkeley: Harvard University Press, 2015.
- CASTRO, Edgardo. Introdução a Giorgio Agamben: uma arqueologia da potência. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2012. E-book. (Filô Agamben).
- DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988. 142p.
- DERRIDA, Jacques. Specters of Marx: the State of the debt, the work of mourning, and the new international. Routledge, 1994.
- ESPOSITO, Roberto. Bios: biopolítica e filosofia. Lisboa: 70, 2010. 272p, [3]. (Biblioteca de Filosofia Contemporânea).
- FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014. 254 p. (Coleção Campo Téorico).
- FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 277p.
- GIORGI, Alvaro. Phenomenology and the Philosophy of the Social Sciences. [s.l.]: Routledge, 2009
- KANTOROWICZ, Ernst Hartwig. Os dois corpos do rei: um estudo sobre teologia política medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 547p.
- NEOCLEOUS, Mark. The Politics of Exclusion: an introduction to the critique of biopolitics. Cambridge: Polity Press, 2006.
- RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO experimental org., 34, 2005. 71p.