Publicado 06-05-2025
Palavras-chave
- Giorgio Agamben,
- Martin Heidegger,
- Teologia,
- História
Copyright (c) 2025 Alan Barbosa Buchard

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Como Citar
Dados de financiamento
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo investigar as divergências e as semelhanças entre a fenomenologia da facticidade de Martin Heidegger e a genealogia teológica de Giorgio Agamben, sobretudo no que diz respeito ao problema da relação entre teologia e história no cristianismo. A problemática consiste na análise da influência da interpretação heideggeriana acerca da teologia cristã sobre a leitura agambeniana do tempo messiânico (ho nyn kairós). Para tanto, selecionamos trechos da obra Fenomenologia da vida religiosa (1920-1921) de Heidegger e trechos de O tempo que resta: Um comentário à Carta aos romanos (2000) e O reino e a glória (2007) de Agamben. A finalidade do artigo, neste sentido, é apresentar os conceitos mais relevantes na interlocução entre Heidegger e Agamben, bem como os argumentos que permitem fundamentar nossa hipótese, a saber, que a leitura agambeniana da temporalidade cristã e moderna toma como ponto de partida a interpretação hermenêutico-filosófica de Heidegger para, então, ultrapassá-la em direção à interpretação judaico-cristã da história contemporânea de Walter Benjamin. Como resultado, poderemos compreender os elementos divergentes e convergentes nas interpretações agambeniana e heideggeriana da temporalidade moderna. A partir desses dados, concluímos que a filosofia da história de Agamben tem por ponto de partida a fenomenologia da facticidade de Heidegger e, como ponto de chegada, a filosofia messiânica de Benjamin.
Downloads
Referências
- AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Tradução de Henrique Burigo. 2. ed., 3. reimpr. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
- AGAMBEN, Giorgio. O mistério do mal: Bento XVI e o fim dos tempos. Tradução de Silvana de Gaspari; Patricia Peterle. 1. ed. São Paulo: Boitempo; Florianópolis: UFSC, 2015.
- AGAMBEN, Giorgio. O reino e a glória: uma genealogia teológica da economia e do governo: Homo Sacer, II, 2. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2011. (Estado de sítio).
- AGAMBEN, Giorgio. O tempo que resta: um comentário à Carta aos Romanos. Tradução de Davi Pessoa; Cláudio Oliveira. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
- AGAMBEN, Giorgio. Signatura rerum: sobre o método. Tradução de Andrea Santurbano; Patricia Peterle. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.
- AGAMBEN, Giorgio. O uso dos corpos. Tradução de Selvino J. Assmann. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2017. (Homo Sacer IV, 2).
- ALVES, Marcos Alexandre; TELES, Alice Krebs. Fenomenologia e Religião: uma leitura do livro “Fenomenologia da vida religiosa” de Heidegger. Ekstasis: revista de hermenêutica e fenomenologia, v. 6, n. 1, 2017.
- BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Organização e tradução de João Barrento. 2. ed., 2. reimpr. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. (Filô/Benjamin).
- HEIDEGGER, Martin. Einleitung in die Phänomenologie der Religion. In: HEIDEGGER, Martin. Phänomenologie des religiösen Lebens. Alemanha: Vittorio Klostermann, 1920/21.
- HEIDEGGER, Martin. Fenomenologia da vida religiosa. Trad. E. P. Gianchini; J. Ferrandin; R. Kirchner. Bragança Paulista: Edusf; Petrópolis: Vozes, 2010.
- KIRCHNER, Renato. Da filosofia fenomenológica à fenomenologia da religião. Numen: revista de pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 17, n. 2, pp. 154-155, 2015.
- SANTOS, Bento. A fenomenologia hermenêutica da vida fática de Martin Heidegger (1919-1923). São Paulo: LiberArs, 2023.
- NESTLE-ALAND. Novum Testamentum Graece. 28. ed. rev. Alemanha: SBB, 2018.