v. 6 n. 1 (2025): Limiares destituintes: política, direito, teologia e linguagem (jan/jun 2025)
Dossiê especial

A relação de exceção: os mecanismos de inclusão e exclusão da voz e da potência no pensamento de Giorgio Agamben

Bruna Fontes Ferraz
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Biografia
Mariane de Sousa Oliveira
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Biografia

Publicado 25-03-2025

Palavras-chave

  • relação de exceção,
  • voz,
  • potência,
  • inoperosidade

Como Citar

FERRAZ, Bruna Fontes; OLIVEIRA , Mariane de Sousa. A relação de exceção: os mecanismos de inclusão e exclusão da voz e da potência no pensamento de Giorgio Agamben. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. e56483, 2025. DOI: 10.53981/destrocos.v6i1.56483. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/56483. Acesso em: 25 dez. 2025.

Resumo

Partindo do que Agamben, em Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua (2002), denominou como “relação de exceção”, a qual se pauta na inclusão da vida nua no ordenamento político através de sua própria exclusão, observamos que a ideia de uma “exclusão inclusiva” norteava outros conceitos ponderados pelo filósofo italiano, como o de voz e linguagem, já que, para possuir o lógos, o vivente deve conservar e tolher dele a própria voz, assim como o de potência e ato, cuja realização pressupõe a exclusão e a conservação em si da potência. Diante disso, propomos a análise dessa relação de exceção nas categorias linguagem/voz e potência/ato. Para isso, mobilizando uma série de textos do filósofo, sobretudo, as reflexões de A linguagem e a morte (2006), para tratar da voz, e de Bartleby ou da contingência (2015), para ponderar sobre a passagem ou não da potência ao ato, e do texto “O corpo glorioso” (2021), cujas reflexões centram-se na inoperosidade, chegamos à ideia da “cera perdida”, isto é, de uma obra ausente que só se conserva como estilha naquelas que foram realizadas, apontando continuamente para o próprio “ter-lugar” da linguagem.

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Referências

  1. AGAMBEN, Giorgio. A linguagem e a morte: um seminário sobre o lugar da negatividade. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2006.
  2. AGAMBEN, Giorgio. Bartleby, ou da contingência. Trad. Vinicius Honesko. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
  3. AGAMBEN, Giorgio. Experimentum linguae. In: AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005. p. 9-17.
  4. AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002.
  5. AGAMBEN, Giorgio. Ideia da prosa. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
  6. AGAMBEN, Giorgio. Ideia da prosa. Trad. João Barrento. Lisboa: Cotovia, 1999.
  7. AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Trad. Davi Pessoa Carneiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
  8. AGAMBEN, Giorgio. O fogo e o relato: ensaios sobre criação, escrita, arte e livros. Trad. Andrea Saturbano e Patricia Peterle. São Paulo: Boitempo, 2018.
  9. AGAMBEN, Giorgio. O que é a filosofia? Trad. Andrea Santurbano e Patricia Peterle. São Paulo: Boitempo, 2022b.
  10. AGAMBEN, Giorgio. Quel che ho visto, udito, appreso… Torino: Einaudi, 2022a.