Corpo-inço como conceito de resistência: relações entre gênero, performatividade e monstruosidade em Butler e Preciado

Resumo

As relações entre gênero, performatividade e monstruosidade são exploradas nesse artigo com base nas teorias de Judith Butler e Paul B. Preciado, em articulação com o conceito de corpo-inço. O objetivo é investigar como o conceito de monstruosidade, utilizado por Preciado para criticar as normatividades de gênero naturalizadas, se relaciona com o corpo-inço, uma metáfora desenvolvida por Audrian Vinicius Cassanelli Griss para representar corpos que, assim como inço, resistem e sobrevivem em ambientes hostis. A metodologia baseia-se em uma análise crítica das obras, destacando as convergências teóricas entre as propostas de Butler e Preciado aplicadas a um caso paradigmático. Além disso, as reflexões são ampliadas com contribuições de Marcia Tiburi e Monique Wittig, que auxiliam no aprofundamento de aspectos específicos da discussão. Os autores argumentam que o sexo e o gênero são uma construção social e histórica, o que significa que podemos repensar e ressignificar nossas concepções. Desse modo, visamos entender como essas ferramentas teóricas podem contribuir para desvelar e questionar as normas de gênero. As conclusões apontam que o conceito de corpo-inço favorece uma compreensão que acolhe diferentes formas de existência marcadas por uma força intrínseca de resistência, tendo em vista sua característica de existência em contextos desafiadores.