v. 2 n. 2 (2021): Dossiê - Constituinte e destituinte: poderes, potências e pensamento (des)instituinte (jul/dez 2021)
Dossiê especial

Teoria da literatura e o comum: instituição e destituição imaginária

Gabriel Fernandes de Miranda
Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil
Biografia

Publicado 17-04-2022

Palavras-chave

  • literatura,
  • comum,
  • instituição,
  • destituição

Como Citar

FERNANDES DE MIRANDA, G. Teoria da literatura e o comum: instituição e destituição imaginária. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 30–51, 2022. DOI: 10.53981/destroos.v2i2.36514. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/36514. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

O presente texto pretende tecer laços entre a literatura e o pensamento contemporâneo do comum por meio da discussão acerca das noções auxiliares de instituição, poder instituinte, poder constituinte e potência destituinte. Objetiva-se analisar as contribuições do pensamento em torno da literatura para o campo da teoria política e vice-versa. Mediante uma revisão bibliográfica e mediante a produção de conexões entre distintos teóricos de ambas as áreas, esse ensaio abre a possibilidade de uma composição entre gesto destituinte e práxis instituinte, expressões aparentemente incompatíveis e em embate entre Giorgio Agamben e Pierre Dardot e Christian Laval. O ponto de chegada é a observação, na literatura e nas artes, de um modo de funcionamento do poder que poderíamos chamar de “destituição imaginária”, para utilizar uma expressão de Cornelius Castoriadis.

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