Chamada para publicações - Dossiê temático: Festa e fantasia na pintura ilusionista

2024-01-27

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Festa e simulacro representam fortemente a cultura do barroco. Nas festas barrocas, entendendo o termo largamente, toda a dinâmica das representações estão associadas à pompa e ao surpreendente, tudo expresso em arte efêmera e integral, em que arquitetura cênica, ornamentação, vestes, alegorias, confeitaria, música, dança, canto, máquinas, invenções e toda a sorte de artifícios eram pensados para maravilhar os presentes, bem como os ausentes, através das notícias do fausto e do inusitado.

Finalizados os festejos, muitos e variados, a festa continuava através da pintura ilusionista, utilizada em larga escala na ornamentação das igrejas, dos salões oficiais e domésticos das casas faustosas. Escultura, e, principalmente a pintura assumiam esse papel, de tal maneira, que os espaços arquitetônicos, tetos e paredes eram transformados, recebiam festões, guirlandas, tecidos, pedras, cascos de tartaruga, marfins, flores e uma arquitetura, difícil de ser reproduzida em três dimensões, afinal a pintura podia potencializar os estímulos visuais, enganar o olho e alimentar a percepção dos indivíduos para maravilhas, cuja existência se devia unicamente aos artifícios dos pintores. O dossiê para a Revista Perspectiva Pictorum propõe o enfrentamento da cultura do simulacro consubstanciada pela pintura.