PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
O CASO DOS TÉCNICOS-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO (TAE)
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-037X.2025.51809Palavras-chave:
Precarização, Atividade de trabalho, SaúdeResumo
Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre a precarização e suas consequências para a saúde do trabalhador, a partir da Clínica da Atividade e dos estudos em Saúde do Trabalhador. Compreende-se a precarização como um fenômeno estrutural do neoliberalismo e que deve ser abordado nas dimensões objetiva/do emprego e a carência/vulnerabilidade de recursos e proteção social, bem como subjetiva/do trabalho e suas consequências para a saúde, inclusive entre aquelas atividades com representação social positiva, considerados estáveis, privilegiados, como os servidores públicos. Adota-se o trabalho precarizado como uma condição de solidão do trabalhador ante os imprevistos da atividade laboral, característico de um gênero profissional enfraquecido ou inexistente. O qual requer desenvolver formas de resistência e de lidar por parte dos coletivos laborais, como sujeitos ativos nesse processo, considerando-se a potência de transformação que estes têm frente aos imprevistos na sua atividade, a partir da transformação coletiva, da reflexão, da ação política, intervenção profissional, do papel dos sindicatos e greves, das práticas de resistência, sendo necessário criar espaços de discussão e debate, a fim de promover o fortalecimento das redes de apoio, de trocas e de transformação, a fim de promover saúde nesses espaços.
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