MODELO ANDRAGÓGICO DE FORMAÇÃO PARA O CUIDADO CENTRADO NA PESSOA NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Autores

  • Johnatan Martins Sousa Universidade Federal de Goiás (UFG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-037X.2024.52589

Palavras-chave:

Assistência centrada no paciente, Capacitação Profissional, Desenvolvimento de Pessoal

Resumo

No cenário brasileiro, em relação às equipes de serviços comunitários de atenção psicossocial ainda se faz uma crítica da hegemonia do modelo biomédico conduzindo as suas práticas. Uma possibilidade de quebrar esse poder hegemônico é a adoção do Método Clínico Centrado na Pessoa que visa promover o protagonismo e ativação dos usuários dos serviços de saúde no processo assistencial para reverter essa situação por meio da aplicação de quatro componentes que se relacionam: a) Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença; b) Entendendo a pessoa como um todo; c) Elaborando um plano conjunto do manejo dos problemas; d) Fortalecendo a relação entre a pessoa e o médico/profissional de saúde, pois evidências apontam que no cenário da saúde mental ainda se faz necessário ampliar a participação dos usuários no processo de tomada de decisão sobre os seus cuidados. Objetivou-se compreender o processo formativo da equipe de saúde sobre o cuidado centrado na pessoa na atenção psicossocial. Pesquisa-intervenção de abordagem qualitativa realizada em duas etapas. Na primeira, participaram 17 profissionais de dois Centros de Atenção Psicossocial de um município da região central do Brasil entre os meses de junho a agosto de 2021, mediante aplicação de questionário de perfil sociodemográfico e profissiográfico, além de roteiro semiestruturado para entrevista individual online e anotações em diário de campo para levantamento de diagnóstico situacional sobre o cuidado centrado na pessoa. A segunda fase da coleta de dados consistiu em uma intervenção formativa norteada pelo Ciclo de Aprendizagem Vivencial sobre o cuidado centrado na pessoa, realizada em quatro encontros para instrumentalizar as equipes multiprofissionais e ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2022 com a participação de 30 profissionais dos serviços contemplados na primeira etapa do estudo. Os dados emergentes foram organizados com auxílio do software ATLAS.ti e submetidos a análise de conteúdo, modalidade temática. Do processo analítico do diagnóstico situacional sobre o cuidado centrado na pessoa na atenção psicossocial emergiram 7 categorias temáticas: 1. Processo saúde/doença à luz do cuidado centrado na pessoa; 2. Prática do acolhimento para o cuidado centrado na pessoa; 3. Planejamento da assistência; 4. Aspectos potencializadores da relação terapêutica; 5. Repercussões da relação terapêutica; 6. Desafios para a relação terapêutica; 7. Processo formativo. Os resultados apontaram potencialidades relacionadas ao cuidado centrado na pessoa no contexto da atenção psicossocial, entretanto, também sinalizou alguns desafios que precisam ser superados para a concretização plena do Método Clínico Centrado na Pessoa, especialmente questões relacionadas à competência interpessoal e relacional. Esses achados possibilitaram a construção do segundo momento da pesquisa para qualificar a prática profissional das equipes em relação ao cuidado centrado na pessoa. A investigação apontou que mesmo de uma forma não sistematizada, as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial colocam em prática alguns aspectos do Método Clínico Centrado na Pessoa e demonstra a importância de processos formativos para a união da prática com a fundamentação teórica para o fortalecimento do modelo de atenção psicossocial.

Biografia do Autor

  • Johnatan Martins Sousa, Universidade Federal de Goiás (UFG)

    Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás, Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás, Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás, Enfermeiro.

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Publicado

2024-10-08

Edição

Seção

RESUMOS

Como Citar

MODELO ANDRAGÓGICO DE FORMAÇÃO PARA O CUIDADO CENTRADO NA PESSOA NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 33, n. 2, p. 167–169, 2024. DOI: 10.35699/2238-037X.2024.52589. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/52589. Acesso em: 12 dez. 2024.

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