O MÚSICO E SEU TRABALHO NA NOVA ORDEM MUSICAL DA CIDADE DE BELO HORIZONTE
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-037X.2019.9572Palavras-chave:
Trabalho, Músico, Circuito Mercantil, Ordem Musical, Belo HorizonteResumo
O artigo é fruto da tese de doutorado “A relação do músico com o trabalho: quando o trabalho do músico passa de trabalho improdutível para produtível em Belo Horizonte”, defendida em 2018 na Faculdade de Educação da UFMG, tem como objeto de análise o músico e seu trabalho na cidade Belo Horizonte. O objetivo é apresentar discussões que foram tratadas na pesquisa sobre os atuais processos de mercantilização do trabalho do músico na cidade, tendo como ponto de partida as análises sobre as relações do músico e seu trabalho, compreendidas como uma atividade humana específica em produzir som, por exemplo, e, como esta é incorporada no circuito mercantil na cidade de Belo Horizonte. O que se constatou foi que o cenário de exploração da força de trabalho do músico no capitalismo metamorfoseia-se, criando novas nomenclaturas como espécie de “maquiagem” da exploração do trabalhador da música. A reprodução capitalista nesse setor pode ser observada sob diversas faces, como, por exemplo, as leis de incentivo à cultura, pensadas como forma de garantir a reprodução dos capitais envolvidos nessa atividade, transformando-a em um modelo econômico da produção artística no Brasil. O texto tem o sentido de elucidar o que vem a ser o trabalho do músico, que é bastante diverso e múltiplo na cidade de Belo Horizonte, uma vez ser esta uma “cidade musical”, pois, antes mesmo da sua fundação, já existiam músicos que estabeleciam seus trabalhos na cidade MARTINS, 2006). Na história da música na cidade, na última década do século passado, os movimentos sociais e artísticos estabeleceram uma nova ordem musical, e o melhor exemplo foi o renascimento do carnaval de rua que revela a atuação desse músico na nova ordem musical da cidade e no circuito mercantil enquanto trabalhador.
Downloads
Referências
ADORNO, T. W. et al. Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
ANTUNES, R. A dialética do trabalho: escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
BENJAMIM, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Editora Brasiliense Ltda. São Paulo 2012. p. 180.
BOSI, E. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
CUNHA, D. M. Aspectos da estrutura e do funcionamento da atividade humana em Aléxis Leontiev. In: ARANHA, A.; CUNHA, D.; LAUDARES, J (Orgs.). Diálogos sobre o trabalho: perspectivas multidisciplinares. Campinas: Papirus, 2005.
ELIAS, Norbert. A sociologia de Mozart. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
FERREIRA, Pedro. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/03/01/interna_gerais,739131/carnaval-2016-gerou-renda-de-r-54-7-milhoes-para-bh-e-publico-aumento.shtml. Acesso em: 03 set. 2019.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Diagnóstico da cadeia produtiva da economia da música em Belo Horizonte. Belo Horizonte: FJP, 2010. 185p.
GRAMSCI, A. Hegemonia e cultura. Curitiba: UFPR, 2007.
JULIÃO, L. Sensibilidades e representações urbanas na transferência da Capital de Minas Gerais. História, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 114-147, jan./jun. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/his/v30n1/v30n1a06.pdf. Acesso em: 03 ago. 2017.
LEÃO, Andréa Borges. Nobert Elias & a educação. Belo Horizonte; Autêntica, 2007.
MAUAD, A. M. Fontes de memória e o conceito de escrita videográfica: o propósito da fatura do texto videográfico Milton Guran em três tempos. Oralidades: Revista de História Oral, São Paulo, v. 13, n 1, p. 141-151, jan-jun. 2010.
MARX, K.; ENGELS, F. Sobre Literatura e arte. São Paulo: Global, 1986.
MARTINS, L. M. A orilatura da memória. In: FONSECA, M. N. S. (Org). Brasil afro-brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
MENGER, P.-M. Retrato do artista enquanto trabalhador: metamorfose do capitalismo. Lisboa: Editora Roma, 2005.
MELLUCI, Albert. A invenção do presente. Petrópolis: Vozes, 2001.
NORA, P. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. In: Projeto História. São Paulo: PUC, n. 10, pp. 07-28, dezembro de 1993.