Edição 27.3 da Trabalho & Educação online
O presente número da Trabalho & Educação oferece aos leitores artigos e resumos de pesquisa que podem fornecer subsídios conceituais e reflexivos para pensar e enfrentar a tendência crescente de recrudescimento da precarização do trabalho e das condições de vida de suas personæ. Movimento tendencial imanente ao capital, fortalecido, progressivamente, pelas transformações hodiernas nas morfologias da produção, sejam em função da assimilação dos desenvolvimentos técnico-científicos mais recentes à extorsão do mais-valor, sejam devidas ao rearranjo dos circuitos de reprodução ampliada do capital. Esta linha de desenvolvimento tendencial geral se expressa em cada forma particular de ir-sendo capital nas diferentes realidades socioeconômicas, historicamente determinadas segundo certas peculiaridades. No caso brasileiro, caracterizado por seu evolver consoante a uma lógica, em sua origem, colonial e historicamente se desenvolvendo de modo dependente, o capital revestiu sempre entre nós um teor de atrofia gravosa, tanto mais pungente quanto menos os arranjos produtivos, e suas expressões políticas, conseguiram minimamente articular as tentativas de se tornar “contemporâneo” às economias centrais com um mínimo de atendimento que seja ao desenvolvimento humano dos amplos contingentes populacionais compostos pelas massas de trabalhadores subempregadas ou continuamente marginalizadas.
O findar do ano de 2018, a este respeito – mas não apenas – traz uma série de indícios explícitos de agravamento da crise social dos últimos 5 anos, com o aprofundamento desmedido das propostas e planos de minimizar as consequências da crise mundial para os capitais aqui instalados. O “novo” (des)governo instalado a partir de janeiro, agora não mais graças às manobras escusas de 2016, operadas pelo consórcio industrial-midiático-jurídico, gestado desde fins de 2013, terá a seu favor, ao menos formalmente, uma aura de “legitimidade” das urnas para empreender os necessários...
(Excertos do Editorial da 27.3)