Afrofatos

Autores

  • Scott Joseph Allen Departamento de Arqueologia, UFPE

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v10i1.10569

Palavras-chave:

Africanismos, Cachimbos, Arqueologia e o Público

Resumo

O papel da arqueologia no discurso sociopolítico contemporâneo é um tema bem discutido na Arqueologia atual, sensibilizando praticantes sobre o seu papel na produção de conhecimento para o mundo moderno. Acompanhando essa preocupação na academia tem havido um interesse crescente por parte de
grupos sociais engajados numa pletora de problemas e questões, tais como religião, sexualidade, racismo, classe entre muitos outros. Alguns tipos de materiais arqueológicos, bem como contextos estratigráficos recorrentes, frequentemente capturam a atenção de arqueólogos e do público, notoriamente como ‘marcadores’ do tema em pauta, salientemente em estudos de identidade cultural. Assim, anéis, cerâmica e garrafas, por exemplo, têm significados ‘aparentes’ e ‘óbvios’. Cachimbos confeccionados de argila e exibindo motivos decorativos complexos encontrados em contextos arqueológicos e museológicos têm sido atribuídos de forma crescente à confecção e uso por Africanos e seus descendentes, tanto escravizados quanto livres. Desta forma, esses objetos contribuem, mesmo de forma modesta, para o discurso sobre o patrimônio
cultural afro-brasileiro. Mesmo assim, a atribuição desses objetos como “africanos” é frequentemente forçada, pois a afiliação é afirmada, porém nem sempre bem contextualizada, o que tem implicações tanto para a prática da Arqueologia quanto para os grupos que se baseiam nesses itens tangíveis como parte do seu discurso contemporâneo. Nas páginas a seguir, exploro algumas questões e problemas que podem ter contribuído à criação e disseminação deste ‘afrofato’ e as implicações para a prática da Arqueologia Histórica.

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Publicado

2016-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Afrofatos. (2016). Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 10(1), 93-105. https://doi.org/10.31239/vtg.v10i1.10569