Tabaco nas frentes de lavra no centro-oeste colonial
fragmentos de um hábito cotidiano
DOI:
https://doi.org/10.31239/vtg.v16i2.37905Palavras-chave:
cachimbos de barro, fumo, arqueologia histórica, mineraçãoResumo
Este artigo apresenta algumas considerações a respeito de vestígios de cachimbos de barro identificados em pesquisas desenvolvidas nos estados de Goiás e Mato Grosso, no bojo de estudos de licenciamento de empreendimentos voltados à exploração mineral nos municípios de Pilar de Goiás (GO), Guarinos (GO) e Pontes e Lacerda (MT), em terrenos marcados por abrigar fragmentos de episódios da mineração colonial desenvolvida a partir do século XVIII no Centro-Oeste. Ainda que os vestígios aqui apresentados representem uma amostra diminuta em comparação aos acervos oriundos das pesquisas realizadas, os mesmos podem ser entendidos como testemunhos materiais do cotidiano das populações lotadas junto às frentes de exploração mineral, reveladores de significações e aspectos simbólicos próprios ao universo do tabaco e da prática do fumo em cachimbos.
Downloads
Referências
Agbe-Davies, A. S. (2010). Social Aspects of the Tobacco Pipe Trade in Early Colonial Virginia. In Bauer, A. A & Agbe-Davies (Orgs.), Social Archaeologies of Trade and Exchange: Exploring Relationships among People, Places, and Things. Walnut Creek, CA: Left Coast Press, Inc. 69–98.
Agostini, C. (1998). Resistência cultural e reconstrução de identidades: um olhar sobre a cultura material de escravos do século XIX. Revista de História regional. 3(2): 115-137.
Agostini, C. (2009). Cultura Material e a Experiência Africana no Sudeste Oitocentista: Cachimbos de Escravos em Imagens, Histórias, Estilos e Listagens. Topoi, vol. 10, n.8: 39–47.
Allen, S. J. (2016). Afrofatos. Vestígios. Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, v. 10. 93-105.
Alves, M. L. (2015). Notas sobre cachimbos de barro no Brasil (séc. XVIII e XIX). In: IV Encontro de Pesquisa em História da UFMG. Belo Horizonte. Temporalidades. v. 7. 1101-1111.
Bollwerk, E. A., & Tushingham, S. (2016). Expanding Perspectives on the Archaeology of Pipes, Tobacco and other Smoke Plants in the Ancient Americas. In Bollwerk, E. A., & Tushingham, S. (Orgs.), Perspectives on the Archaeology of Pipes, Tobacco and other Smoke Plants in the Ancient Americas. Springer, New York. 1-11.
Calza, C. F., Gaspar, M. D., Dias, D., Coelho F., Freitas, R. P. & Lopes, R. T. (2013). Análise de peroleiras e cachimbos cerâmicos provenientes de escavações arqueológicas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 8 (3): 621-638, set.-dez.
Canova, L. (2003). Os doces bárbaros: imagens dos índios Paresi no contexto da conquista portuguesa em Mato Grosso (1719-1757). Dissertação de Mestrado. Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá.
Defoe, D. (2012). Robinson Crusoe. São Paulo: Companhia das Letras.
Emerson, M. C. (1999). African Inspirations in New World Art and Artifact: Decorated Clay Tobacco Pipes from the Chesapeake. In Singleton, T. (Org.) “I, Too, Am America:” Archaeological Studies of African-American Life. University Press of Virginia, Charlottesville, VA.
Eschwege, W. L. von. (2011). Pluto Brasiliensis. Tradução do original alemão por Domício de Figueiredo Murta. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial.
Garcia, R. C. (2003). Mato Grosso (1800-1840): Crise e Estagnação do Projeto Colonial. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Gardin, Jean-Claude. (1980). Archaeological Constructs. An Aspect of Theoretical Archaeology. Cambridge University Press.
Hardesty, D. L. (1988). The Archaeology of Mining and Miners: A View from the Silver State, Special Publication 6, Tucson: Society for Historical Archaeology.
Hissa, S. B. V. (2020). Fumo e cachimbos importados na São Paulo oitocentista. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia n. 34. 111-131.
Lima, A., Bruno, M. & Fonseca, M. da. (1993). Sintomas do modo de vida burguês no Vale do Paraíba, séc. XIX: Fazenda São Fernando, Vassouras, RJ. Anais do Museu Paulista. História e Cultura Material, n. 1: 179-206.
Lopes, G. A. (2006). Correntes de fumaça. Revista de História da Biblioteca Nacional. n. 8. 40-45.
Mintz, S. W., and Price, R. (1992). The Birth of African-American Culture. An Anthropological Perspective. Beacon, Boston.
Monroe, J. C. (2002). Negotiating African-American Ethnicity in the Seventeenth-Century Chesapeake: Colono Tobacco Pipes and the Ethnic Uses of Style. The Archaeology of the clay tobacco Pipe Volume XVI, Peter Davey, editor. British Archaeological Reports, Oxford.
Nogueira, C. E. (2008). Nos Sertões do Poente: Conquista e Colonização. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Souza, M. A. T. de. & Agostini, C. (2012). Body Marks, Pots, and Pipes: Some Correlations between African Scarifications and Pottery Decoration in Eighteenth and Nineteenth-Century Brazil. Historical Archaeology, v. 46. 102-123.
Souza, M. A. T. de. & Symansky, L. C. P. (2009). Slave Communities and Pottery Variability in Western. Brazil: The Plantations of Chapada dos Guimarães. International Journal of Archaeology, v. 13. 513-548.
Souza, M. A. T. de. (2000). Ouro Fino. Arqueologia histórica de um arraial de mineração do século XVIII em Goiás. Dissertação de mestrado em História das Sociedades Agrárias da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal de Goiás. Goiânia: UFG.
Tedesco, G. V. L. (2012). A cerâmica que vela e revela: Projetos identitários de negros ceramistas em Vila Boa de Goiás (séculos XVIII e XIX). Tese de Doutorado apresentada ao programa de pós-graduação em História das Sociedades Agrárias da Universidade Federal de Goiás. Goiânia: UFG.
Troncoso, L. P. S. (2019). Horizontes mineradores: arqueologia da mineração e a gestão do patrimônio arqueológico sob a ótica do licenciamento ambiental. Tese de Doutorado. Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
White, C. & Beaudry, M. (2009). Artifacts and Personal Identity. In Majewski, T. & Gaoimster, D. (Orgs.), International Handbook of Historical Archaeology. Springer, New York. 209-225.
Zanettini Arqueologia. (2008). Avaliação Arqueológica Rápida (AAR): Projeto de Exploração Pilar, município de Pilar de Goiás, estado de Goiás. Relatório técnico.
Zanettini Arqueologia. (2011). Programa de Prospecção e Resgate Arqueológicos. Projeto Ernesto / Pau-a-Pique (EPP). Relatório Final. Municípios de Pontes e Lacerda e Porto Esperidião, Estado do Mato Grosso, Etapa 1.
Zanettini Arqueologia. (2012). Programa de Prospecção e Resgate Arqueológicos. Projeto Ernesto / Pau-a-Pique (EPP). Relatório Final. Municípios de Pontes e Lacerda e Porto Esperidião, Estado do Mato Grosso, Etapa 2.
Zanettini Arqueologia. (2013a). Programa de Prospecção, Resgate, Monitoramento e Educação Patrimonial. Projeto Pilar de Goiás. Município de Pilar de Goiás - GO. Relatório Final.
Zanettini Arqueologia. (2013b). Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico. Projeto Ernesto/Pau-a-pique (EPP). Relatório final. Municípios de Pontes e Lacerda e Porto Esperidião. Estado do Mato Grosso.
Zanettini Arqueologia. (2013c). Diagnóstico arqueológico interventivo do núcleo histórico tombado de Pilar de Goiás, estado de Goiás. Relatório 4.
Zanettini Arqueologia. (2014). Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural: Prospecções Intensivas, Documentação, Monitoramento e Educação Patrimonial. Projeto Maria Lázara. Relatório Final. Município de Guarinos, Estado de Goiás.
Zanettini Arqueologia. (2015). Diagnóstico Arqueológico - Núcleo Histórico Tombado de Pilar de Goiás. Relatório Final. Município de Pilar de Goiás, Estado de Goiás.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Lucas Troncoso, Paulo Eduardo Zanettini
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O trabalho Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica de https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index.