Mapas coloniais e arqueologia

uma análise pós-processual da paisagem da cidade do Rio de Janeiro nos séculos XVI e XVII

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v18i1.48497

Palavras-chave:

arqueologia histórica, cartografia histórica, sitios coloniais

Resumo

Este artigo mapeia os sítios arqueológicos dos séculos XVI e XVII da Baía de Guanabara, localizada no estado do Rio de Janeiro, e analisa sua representação na cartografia da época. Realizam-se plotagens dos sítios arqueológicos registrados no Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional (IPHAN) por meio de Sistema de Informação Geográfica (SIG) e imagens de satélite. Em seguida, são comparadas as geolocalizações dos sítios plotados com sua representação na cartografia da época, marcada por uma mentalidade colonialista. A cartografia é entendida enquanto fonte para discorrer sobre o passado, ou seja, como um documento histórico. Analisa-se também a cartografia enquanto formadora de uma paisagem colonial e um imaginário europeu sobre o território brasileiro, estabelecendo-se uma relação entre cartografia e dominação territorial – no contexto da época, entre cartografia e colonização. A paisagem representada nos mapas coloniais é entendida no viés da Arqueologia Pós-processual, ou seja, como uma imagem subjetiva, mediada entre o sujeito e o ambiente que o cerca.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abreu, M. A. (2010a). Geografia histórica do Rio de Janeiro (1502-1700). Vol.1. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Studio.

Abreu, M. A. (2010b). Geografia histórica do Rio de Janeiro (1502-1700). Vol. 2. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Studio.

Anchieta, J. (1933). Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões do Padre Joseph de Anchieta, 1554-1594. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Anschuetz, K. F., Wilshusen, R. H., & Scheick, C. L. (2001). An Archaeology of Landscapes: Perspectives and Directions. Journal of Archaeological Research, 9(2), 157-211. doi: https://doi.org/10.1023/a:1016621326415.

Ashmore, W. (2004). Social Archaeologies of Landscape. Em Meskell, L., & Preucel, R. W. (Orgs.). A Companion to Social Archaeology (pp. 255-271). Hoboken: Blackwell Publishing.

Ashmore, W., & Knapp, B. (1999). Archaeologies of Landscape. Oxford: Wiley-Blackwell.

Binford, L. R. (1962). Archaeology as Anthropology. American Antiquity, 28(2), 217-225. doi: https://doi.org/10.2307/278380.

Black, J. (2005). Mapas e história: construindo imagens do passado. Bauru: EDUSC.

Buisseret, D. (2003). The mapmaker’s quest: depicting new worlds in Renaissance Europe. Oxford: Oxford University Press.

Bava de Camargo, P. F. (2014). Nautical Landscapes in the Sixteenth Century: An Archaeological Approach to the Coast of São Paulo (Brazil). Em Funari, P. P. A., & Senatore, M. X. (Eds.). Archaeology of Culture Contact and Colonialism in Spanish and Portuguese America (pp. 279-296). Springer EBooks. doi: https://doi.org/10.1007/978-3-319-08069-7_15

Câmara, G., & Monteiro, A. M. V. M. (2001). Conceitos básicos em ciência da geoinformação. Em Câmara, G., Davis, C., & Monteiro, A. M. V. (Eds.). Introdução à ciência da geoinformação (pp. 6-35). São José dos Campos: INPE.

Câmara, G., & Medeiros, J. S. (1998). Geoprocessamento para projetos ambientais. São José dos Campos: INPE.

Corrêa-Martins, F. J. (2014). Análise comparativa do projeto e das plantas das fortificações do Rio de Janeiro atribuídas ao Brigadeiro João Massé. Em Centro de Referência em Cartografia Histórica da Universidade Federal de Minas Gerais (Org.). Anais do II Simpósio de Cartografia Histórica (pp. 1-24). Tiradentes.

Dunnell, R. (1992). The Notion Site. Em Rossignol, J., & Wandsnider, L. (Eds.). Space, Time and Archaeological Landscapes (pp.21-41). Lincoln: University of Nebraska.

Gillings, M., Hacigüzeller, P., & Lock, G. R. (2020). Archaeology and Spatial Analysis. Em Gillings, M., Hacigüzeller, P., & Lock, G. R. (Eds.). Archaeological spatial analysis: a methodological guide (pp.1-16). London: Routledge.

Godoy, V. F., Silva, A. F. G., & Menezes, P. M. L. (2011). Cartografia Histórica e navegação virtual do centro do Rio de Janeiro. Em Centro de Referência em Cartografia Histórica da Universidade Federal de Minas Gerais (Org.). Anais do I Simpósio de Cartografia Histórica (pp. 1-16). Paraty.

Hritz, C. (2014). Contributions of GIS and Satellite-based Remote Sensing to Landscape Archaeology in the Middle East. Journal of Archaeological Research, 22(3), 229-276. doi: https://doi.org/10.1007/s10814-013-9072-2.

Kainz, W. (2020). Cartography and the others – aspects of a complicated relationship. Geo-Spatial Information Science, 23(1), p.52-60. doi: https://doi.org/10.1080/10095020.2020.1718000.

Kvamme, K. L. (2006). There and back again: Revisiting Archaeological Locational Modeling. Em Mehrer, M., & Wescott, K. (Eds.). GIS and Archaeological Site Location Modeling (pp. 1-34). London: Taylor & Francis Group.

Lamego, A. R. (1964). O homem e a Guanabara. 2a edição. Rio de Janeiro: IBGE.

Lapaine, M., Midtbø, T., Gartner, G., Bandrova, T., Wang, T., & Shen, J. (2021). Definition of the Map. Advances in Cartography and GIScience of the ICA, 3, 1-6. doi: https://doi.org/10.5194/ica-adv-3-9-2021.

Lyman, R. L., O’Brien, M. J., & Dunnell, R. C. (1997). The Rise and Fall of Culture History. New York: Springer Science & Business Media.

Menezes, C. A. (2011). Alagoas de Marcgraf. Anais do I Simpósio de Cartografia Histórica (pp. 1-17). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.

Monmonier, M. (1991). How to lie with maps. Chicago: University Of Chicago Press.

Raminelli, R. (2008). Viagens ultramarinas. São Paulo: Alameda.

Rodrigues, A. C. C. (2010). O mundo em mudança: a cartografia renascentista no acervo da Biblioteca Nacional. Em Universidade de São Paulo (Org.). 3º Simpósio Iberoamericano da História da Cartografia (pp.1-11). São Paulo.

Smith, A. (2007). Spatial Stories: Mapping the Social Relations of Power on the 19th Century Ordnance Survey Maps of Ireland. ASA Conference: Thinking Through Tourism. Londres: London Metropolitan University.

Souza, M. A. T. (2022). Introdução ao estudo dos sítios arqueológicos. Em Symanski, L. C. P., & Souza, M. A. T. (Eds.). Arqueologia Histórica Brasileira (pp. 21-46). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.

Teixeira, A. F. (1975). Roteiro cartográfico da Baía de Guanabara e cidade do Rio de Janeiro, século XVI e XVII. Rio de Janeiro: Livraria São José.

Tokmakidis, K., Kalyvioti, M.-E., & Nanakou, P. (2004). Geographic Information System Applied in Archaeological Site. FIG WORKING WEEK 2004 (pp. 1-12).

Wheatley, D., & Gillings, M. (2002). Spatial technology and archaeology: the archaeological applications of GIS. London: Taylor And Francis.

Woodward, D. (2007). Cartography and the Renaissance: Continuity and Change. Em Woodward, D. (Ed.). The History of Cartography (pp. 3-24). Chicago: University of Chicago.

Downloads

Publicado

2024-01-29

Como Citar

de Carvalho Brandão Soares, P. (2024). Mapas coloniais e arqueologia: uma análise pós-processual da paisagem da cidade do Rio de Janeiro nos séculos XVI e XVII. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 18(1), 57–72. https://doi.org/10.31239/vtg.v18i1.48497

Edição

Seção

Artigos