Arqueologia da Guerra do Contestado (1912-1916)

conflito, cultura material e memória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v15i1.15894

Palavras-chave:

Arqueologia do Conflito, Arqueologia contemporânea, Guerra do Contestado

Resumo

O artigo apresenta os resultados obtidos até o momento sobre pesquisa arqueológica de longo curso sobre a Guerra do Contestado (1912-1916), que ocorreu no meio oeste do Estado de Santa Catarina e opôs a população sertaneja da região contra as forças militares federais e estaduais. Até esta ocasião, foram registradas dezenas de sítios associados ao conflito propriamente dito. Além disso, têm-se realizado estudos sobre locais associados ao processo de industrialização da área (madeireiras e ferrovias) – tido como um fator fundamental para a eclosão do conflito –; e a materialização de espaços sagrados, por conta do singular fenômeno de catolicismo popular estabelecido na região desde meados do século XIX. Portanto, para além da materialidade do conflito, este projeto visa estudar a paisagem cultural da região em tela de modo contextual, observando como diferentes lugares se relacionam com a população envolvida na guerra. Apresentamos aqui as linhas gerais do projeto, com foco no escopo teórico-metodológico e nos trabalhos de campo realizados até agora.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aasmann, A. (2016) Espaços de Recordação: Formas e Transformações da Memória Cultural. Campinas: Editora da Unicamp.

Atalay, S., Clauss Clauss, L., Mcguire, R. & Welch, J. (Org.). (2016) Transforming Archaeology: Activist Practices and Prospects. New York: Routledge.

Ballart, J. (1997) El Patrimonio Histórico y Arqueológico: Valor y Uso. Barcelona: Ariel.

Barreto, C. (1999-2000) A Construção de um Passado Pré-Colonial: Uma Breve História da Arqueologia no Brasil. Revista USP, n. 44, vol. II, p. 32-51.

Boado, F. C. (1999) Del Terreno al Espacio: Planteamientos y Perspectivas para la Arqueología del Paisaje. Capa n. 6, Grupo de Investigación en Arqueología del Paisaje, Universidad de Santiago de Compostela.

Bourdieu, P. (1989) O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Burke, P. (1992) A Escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: Editora da Unesp.

Connerton, P. (2009) How Modernity Forgets. Cambridge: Cambridge University Press.

D’Assumpção, H. T. (1917) A Campanha do Contestado. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado de Minas Gerais.

D'Alessio, V. (2003) Claro Jansson– O Fotógrafo Viajante. São Paulo: Dialeto.

D'Angelis, W. R. (1995) Para uma História dos Índios do Oeste Catarinense. Para uma História do Oeste Catarinense:10 anos de Ceom. Chapecó: Unoesc, p. 141-219.

Espig, M. J. (2008) Personagens do Contestado: Os Turmeiros da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (1908-1915). Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.

Funari, P. P. (1999) Brazilian Archaeology: A Reappraisal. Politis, G. & Alberti, B. Archaeology in Latin America. Routledge: London & New York, p. 17-37.

Funari, P. P. (1999-2000) Como se Tornar Arqueólogo no Brasil. Revista Usp, n. 44, vol. II, p. 74-85.

Funari, P. P. (2003) Arqueologia. São Paulo: Contexto.

Funari, P. P. & Noelli, F. S. (2006) Pré-História do Brasil. São Paulo: Contexto.

Gintner, L. J. (2003) O Tirol Brasileiro. Rio De Janeiro: Altiva.

González-Ruibal, A. (2007) Making Things Public: Archaeologies of the Spanish Civil War. Public Archaeology, vol. 6, n. 4, p. 203-226.

González-Ruibal, A., Edensor, T., Funari, P. P., Hall, M., Holtorf, C., Leone, M., Meskell, L., Oliver, L., Saunders, N., Schofield, J. & Zarankin, A. (2008) Time to Destroy: an Archaeology of Supermodernity. Current Anthropology, v. 49, n. 2, p. 47-279.

Halbwachs, M. (2017) A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro.

Herva, V. (2014) Haunting Heritage in an Enchanted Land: Magic, Materiality and Second World War German Material Heritage in Finnish Lapland. Journal of Contemporary Archaeology 1.2, p. 297–321.

Index. (1987) Contestado. Rio De Janeiro: Index.

Kuhn, T. (1970) A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva.

Lino, J. T. (2009) Levantamento Arqueológico Prospectivo da PCH Andromix, Municípios de Ibicaré e Tangará, SC. Relatório Final de Pesquisa. Içara: Arqueosul.

Lino, J. T. (2011) Sangue e Ruínas no Sul do Brasil: Arqueologia da Guerra do Contestado (1912-1916). Tese de Doutoramento. Vila Real: Utad.

Lino, J. T. & Silva, E. R. da. (2011) Paisagem Aliada, Paisagem Inimiga: Arqueologia, História e Natureza na Guerra do Contestado. Revista Tempos Históricos, vol. 15, n. 2, p. 179-204.

Lino, J. T. (2012a) Arqueologia da Paisagem como Enfoque Teórico para o Estudo Arqueológico da Guerra do Contestado. Tempos Acadêmicos, n. 25, p. 58-67.

Lino, J. T. (2012b) A Cultura Material da Guerra do Contestado como Documento Histórico. Cadernos do Ceom, n. 25, p. 45-70.

Lino, J. T. (2012c) Heranças Materiais de uma Guerra: Os Cemitérios do Contestado, Sul do Brasil. Esboços, n. 19, p. 13-30.

Lino, J. T. (2012d) Os Cemitérios da Guerra do Contestado (1912-1916): Aspectos Historiográficos e Arqueológicos. Habitus, n. 10, p. 187-201.

Lino, J. T. (2013) As Batalhas da Guerra do Contestado: Passado e Presente. Lino, J. T. & Funari, P. P. (Orgs.) Arqueologia da Guerra e do Conflito. Erechim: Habilis Press, p. 195-211.

Lino, J. T. & Funari, P. P. (2013) Considerações Sobre a Arqueologia da Guerra e do Conflito. Lino, J. T. & Funari, P. P. (Orgs.) Arqueologia da Guerra e do Conflito. Erechim: Habilis, p. 13-22.

Lino, J. T. (2014) A Guerra do Contestado no Sul do Brasil: Um Enfoque Arqueológico. Leal, E. & Paiva, O. da C. Patrimônio e História. Londrina: Unifil, p. 125-138.

Lino, J. T. (2016) Arqueologia do Conflito Bélico: Paisagem, Cultura Material e a Guerra do Contestado (1912-1916). Relatório Final de Pesquisa. Chapecó: UFFS.

Luz, A. A. (1952) Os Fanáticos: Crimes e Aberrações da Religiosidade de Nossos Caboclos. Florianópolis: Edufsc.

Machado, P. P. (2004) Lideranças do Contestado. Campinas: Editora da Unicamp.

Newson, P. & Young, R. (2018) Post-Conflict Archaeology and Cultural Heritage. Londres e Nova York: Routledge.

Noelli, F. S. (1999/2000) A Ocupação Humana na Região Sul do Brasil. Revista Usp, n. 44, p. 218-269.

Nora, P. (1993) Entre Memória e História, a Problemática dos Lugares. Projeto História, v. 10, p. 7-28.

Olsen, B. & Petúrsdóttir, P. (2014) Ruin Memories: Materialities, Aesthetics and the Archaeology of Recent Past. London: Routledge.

Orser Jr., C. (2005) Resistance. In. Orser, Jr. Charles (Org.) Encyclopedia of Historical Archaeology. Londres e Nova York: Routledge, p. 534-535.

Peixoto, D. (1995) Campanha do Contestado (3 vols.). Curitiba: Fundação Cultural.

Piazza, W. F. (1994) A Colonização de Santa Catarina. Florianópolis: Lunardelli.

Pinski, K. (2008) Fontes Históricas. São Paulo: Contexto.

Pirker, H. et al. (2012) Transformation of Traditional Knowledge of Medicinal Plants: The Case of Tyroleans (Austria) who Migrated to Australia, Brazil and Peru. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 8, n. 44, p. 1-26.

Poli, J. (1995) Caboclo: Pioneirismo e Marginalização. Para uma História do Oeste Catarinense:10 Anos de Ceom. Chapecó: Unoesc, p. 71-110.

Radin, J. C. (2006) Companhias Colonizadoras em Cruzeiro: Representações Sobre a Civilização do Sertão. Tese de Doutorado em História. Florianópolis: Ufsc.

Renk, A. (1997) A Luta da Erva: Um Ofício Étnico da Nação Brasileira no Oeste Catarinense. Chapecó: Argos.

Ricoeur, P. (2018) A Memória, a História, o Esquecimento. Campinas: Editora da Unicamp.

Robershaw, A. & Kenyon, D. (2008) Digging the Trenches: the Archaeology of Western Front. South Yorkshire: Pen & Sword.

Robrahn-Gonzalez, E. M. (1999-2000) Arqueologia em Perspectiva: 150 Anos de Prática e Reflexão no Estudo do Nosso Passado. Revista Usp, n. 44, vol. II, p. 10-31.

Saitta, D. (2007) Ethics, Objectivity, and Emancipatory Archaeology. Hamilakis, Y., Duke, P. (Orgs.). Archaeology and Capitalism: From Ethics to Politics. Walnut Creek: Left Coast Press, p. 267-280.

Saunders, N. (2004) Matters of Conflict: Material Culture, Memory and the First World War. London: Routledge.

Saunders, N. J. (2010) Killing Time: Archaeology and the First World War. Gloucestershire: The History Press.

Scott, J. (1985) Weapons of the Weak: Everyday Forms of Resistance. New Haven e London: Yale University Press.

Scott, J. (1992) Domination and the Arts of Resistance: Hidden and Transcripts. New Haven, CT and London: Yale University Press.

Soares, J. O. P. (1931) Guerra em sertões brasileiros: do fanatismo à solução do secular litígio entre o Paraná e Santa Catarina. Rio de Janeiro: Papelaria Velho.

Sorensen, M. L. S. & Viejo-Rose, D. (2015) War and Cultural Heritage: Biographies of place. New York: Cambridge University Press, 2015.

Thomas, S., Seitsonen, O. & Herva, V. (2016) Nazi memorabilia, dark heritage and treasure hunting as “alternative”tourism: understanding the fascination with the material remains of World War II in Northern Finland. Journal of Field Archaeology, p. 1-13.

Tilley, C. (1989) Archeology as socio-political action in the present. In: V. Pinsky & A. Wylie (eds). Critical Traditions in Contemporary Archeology: Essays in the Philosophy, History and Socio-Politics of Archeology. Cambridge, UK: Cambridge University Press, pp. 104-116.

Trigger, B. (2004) História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Odysseus.

Valentini, D. J., Espig, M. J. & Machado, P. P. (2012) Nem fanáticos, nem jagunços: reflexões sobre o Contestado (1912-2012). 1ed.Pelotas: PREC – UFPEL.

Downloads

Publicado

2022-04-21

Como Citar

Lino, J. T., & Symonds, J. (2022). Arqueologia da Guerra do Contestado (1912-1916): conflito, cultura material e memória. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 15(1), 5–25. https://doi.org/10.31239/vtg.v15i1.15894

Edição

Seção

Artigos