Fogueiras afro-diaspóricas no Sudeste e Centro-oeste do Brasil

cotidiano, ancestralidade e ritual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.34771

Palavras-chave:

contextos de fogueira, diáspora africana, senzalas, século XIX

Resumo

Neste trabalho são analisadas estruturas de fogueira de cinco contextos relativos a populações afro-diaspóricas do século XIX do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, bem como os artefatos e ecofatos a elas associados. As interpretações propostas são embasadas em um levantamento bibliográfico sobre práticas e simbologias relativas ao fogo em sociedades africanas e em contextos afro-americanos. É destacado o papel central das fogueiras nas práticas cotidianas desses grupos; sua importância tanto como fomentadoras de memórias que remeteriam a um passado africano quanto na formação de novas identidades fundadas na experiência afro-diaspórica; e seu papel na resistência às condições de opressão às quais essas pessoas estavam submetidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agostini, C. (2013). Estrutura e liminaridade na paisagem cafeeira do século XIX. In: Agostini, C. (Org.) Objetos da escravidão: abordagens sobre a cultura material da escravidão e seu legado (p. 59-81). Rio de Janeiro: 7letras.

Ahlman, T. M., Braly, B. R., & Schroedl, G. F. (2014). Stone artifacts and glass tools from enslaved African contexts on St. Kitts’ Southeast Peninsula. Journal of African Diaspora Archaeology and Heritage, 3(1), 1-25. doi: http://dx.doi.org/10.1179/2161944114Z.00000000011

Alden, D. (1996). The making of an enterprise: the Society of Jesus in Portugal, its empire and beyond. 1540−1750. Stanford: Stanford University Press.

Barbosa, D., & Bulcão, S. (2016). Registro arqueológico da presença de africanos e seus descendentes no estado do Rio de Janeiro. In: Gaspar, M. D. (Org.) Arqueologia nas ruas do Rio (p. 10-14). Rio de Janeiro: Artefato Arqueologia e Patrimônio.

Binford, L. R. (1978). Dimensional analysis of behavior and site structure: learning from an Eskimo hunting stand. American Antiquity, 43(3), 330-361.

Bastin, M. L. (1974). O alto forno Lutengo. Museu de Etnologia, 3, 59–69.

Childs, S. T., & Killick, D. (1993). Indigenous African metallurgy: nature and culture. Annual Review of Anthropology, 22, 317–337. doi: http://dx.doi.org/10.1146/annurev.an.22.100193.001533

Custodio, H., Molina, M., & Darrigran, G. (2015). La almeja mariposa o berberecho. Revista Boletín Biológica, 34, 51-52.

Estermann, Carlos. (1983). Etnografia de Angola (sudoeste e centro): colectânia de artigos dispersos. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical.

Fennel, C. (2003). Group identity, individual creativity, and symbolic generation in a BaKongo diaspora. International Journal of Historical Archaeology, 7(1), 1-31. doi: http://dx.doi.org/10.1023/A:1023267019232

Ferguson, L. G. (1991). Struggling with pots in colonial South Carolina. In: McGuire, R. H., & Paynter, R. (Ed.) The Archaeology of inequality (p. 26-39). Oxford: Blackwell Publishing.

Ferguson, L. G. (1992). Uncommon ground: Archaeology and early African America, 1650-1800. Washington e Londres: Smithsonian Instituition Press.

Gaspar, M. D. (2016a). Arqueologia urbana. In: Gaspar, M. D. (Org.), Arqueologia nas ruas do Rio (p. 1-4). Rio de Janeiro: Artefato Arqueologia e Patrimônio.

Gaspar, M. D. (2016b). Tempo e Arqueologia. In: Gaspar, M. D. (Org.) Arqueologia nas ruas do Rio (p. 30-33). Rio de Janeiro: Artefato Arqueologia e Patrimônio.

Goode, C. (2009). Gizzard Stones or Game Pieces? African Diaspora Archaeology Newsletter, 12(1), 1-23.

Guglielmo, M. G. (2011). As múltiplas facetas do vassalo "mais rico e poderoso do Brasil": Joaquim Vicente dos Reis e sua atuação em Campos dos Goytacazes (1781-1813). (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal Fluminense, Niterói.

Lenharo, A. (1982). Crise e mudança na frente oeste de Colonização. Cuiabá: Universidade Federal do Mato Grosso/PROEDI.

Lima, R. G. (2002). A fazenda Santa Clara – um feudo cafeeiro e escravagista. Carta Mensal – Colégio Brasileiro de Genealogia, 67, 66-67.

Lima, T. A. (2016). A meeting place for urban slaves in eighteenth-century Rio de Janeiro. Journal of African diaspora Archaeology and heritage, 5(2), 102-146. doi: https://doi.org/10.1080/21619441.2016.1204792

Otto, J. S. (1980). Race and class on Antebellum Plantations. In: Schuyler, R. L. (Ed.) Archaeological perspectives on ethnicity in America: Afro American and Asian American culture history (p. 3-13). Nova York: Baywood Press.

Machado, H. F. (1993). Escravos, senhores e café: a crise da cafeicultura escravista do Vale do Paraíba fluminense. 1860–1888. Niterói: Cromos.

McCosh, F. W. J. (1979). Traditional iron-working in Central Africa with some reference to the ritualistic and scientific aspects of the industry. Zambesia,7(2), 155-170.

Mesquita, J. (1931). Grandeza e decadência da Serra-Acima. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, 28, 31-56.

Panich, L. M., Lederer, E., Phillip, R., & Dylla, E. (2017). Heads or tails? Modified ceramic gaming pieces from colonial California. International Journal OfHistorical Archaeology, 22(4), 746-770. doi: https://doi.org/10.1007/s10761-017-0447-9

Pisoni, L. (2016). African-European archaeology: the material resistance and political struggle of the Rosarno African workers (Italy). In: Biagetti, S., & Lugli, F. (Org.) The intangible elements of culture in ethnoarchaeological research (p. 303-311). [S.l.]: Springer.

Salles, R. (2008). E o vale era o escravo: Vassouras – século XIX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Samford, P. (1996). The archaeology of African-American slavery and material culture. The William And Mary Quarterly, 53(1), 87-114. doi: https://doi.org/10.2307/2946825

Schiffer, M. B. (1972). Archaeological context and systemic context. American Antiquity, 37 (2), 156-165. doi: https://doi.org/10.2307/278203

Schmidt, P. R. (1998). Reading gender in the ancient iron technology of Africa. In: Kent, S. (Ed.) Gender in African Prehistory (p. 139-162). Walnut Creek: Altamira Press.

Siqueira, E. M. (2001). Resgate Histórico. In: Fraga, L. (Coord.) Projeto de levantamento e resgate do patrimônio histórico-cultural da região da UHE-Manso. Relatório final de atividades. Rio de Janeiro.

Slenes, R. W. (2011[1999]). Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava (2 ed.). Campinas: Editora Unicamp.

Soares, M. S. (2009). A remissão do cativeiro: a dádiva da alforria e o governo dos escravos nos Campos de Goitacases, c.1750- c.1830. Rio de Janeiro: Apicuri.

Souza, M. A. T. (2011). A vida escrava portas adentro: uma incursão às senzalas do Engenho de São Joaquim, Goiás, século XIX. Maracanan, 7, 83-109. doi: https://doi.org/10.12957/revmar.2011.12895

Souza, M. A. T. (2012). Ao pé do fogo: a paisagem social no interior de uma senzala oitocentista. In: Macedo, J., Andrade, R. O., & Terra, C. C. (Org.) Arqueologia na paisagem: novos valores, dilemas e instrumentais (p. 34-59). Rio de Janeiro: Rio Books. doi: https://doi.org/110.5216/hr.v20i2.33053

Souza, M. A. T. (2013). Por uma arqueologia da criatividade: estratégias e significações da cultura material utilizada pelos escravos no Brasil. In: Agostini, C. (Org.) Objetos da escravidão: abordagens sobre a cultura material da escravidão e seu legado (p. 11-36). Rio de Janeiro: 7letras.

Souza, M. A. T. (2014). When all bases are flat: Central Africans and situated practices in the eighteenth-century Brazil. In: Funari, P. P. A., & Orser Jr., C. E. (Org.) Current perspectives on the archaeology of African slavery in Latin America (p. 77-97). Nova York: Springer. doi: https://doi.org/10.1007/978-1-4939-1264-3_6

Souza, M. A. T. (2016). Behind closed doors: space, experience, and materiality in the inner areas of Brazilian slave houses. Journal of African diaspora Archaeology and heritage, 5(2), 147-173. doi: https://doi.org/10.1080/21619441.2016.1204793

Striebel MacLean, J. (2015). Sheltering colonialism: the Archaeology of a house, household, and white Creole masculinity at the 18th-century Little Bay Plantation, Montserrat, West Indies. (Tese de doutorado). Boston University, Boston.

Symanski, L. (2006). Slaves and planters in Western Brazil: material culture, identity and power. 343 p. Tese (Doutorado em Antropologia) - University of Florida, Gainesville.

Symanski, L. (2014). Café com açúcar: arqueologia da escravidão em uma perspectiva comparativa no Sudeste rural escravista – séculos XVIII e XIX. Relatório final encaminhado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 164 p.

Symanski, L.; Gomes, F. S. (2016). Iron cosmology, slavery, and social control: the materiality of rebellion in the coffee plantations of the Paraíba Valley, Southeastern Brazil. Journal of African diaspora Archaeology and heritage, v. 5, n. 2, p. 174-197, mai. doi: https://doi.org/10.1080/21619441.2016.1204794.

Symanski, L; Gomes, F. S.; Suguimatsu, I. C. (2015). Práticas de descarte de refugo em uma plantation escravista: o caso da fazenda do Colégio dos Jesuítas de Campos dos Goytacazes. Revista de Arqueologia, v. 28, n. 1, p. 93-122.

Symanski, L; Morais Júnior, G. P. (2016). Alimentação, socialização e reprodução cultural na comunidade escravizada do Colégio dos Jesuítas de Campos dos Goytacazes (RJ). In: Soares, F. C. (org.). Comida, cultura e sociedade: Arqueologia da alimentação no Mundo Moderno. Recife: Editora Universitária UFPE. p. 95-112.

Symanski, L; Osório, S. R. (1996). Artefatos reciclados em sítios arqueológicos de Porto Alegre. Revista de Arqueologia, v. 9, n. 1, p. 43-54, dez. 1996. doi: https://doi.org/10.24885/sab.v9i1.107.

Symanski, L; Souza, M. A. T. (2006). A arqueologia histórica: relações sociais e a construção de identidades na região do rio Manso, séculos XVIII e XIX. In: Machado, L; Fraga, L. (org.). História e antropologia no vale do rio Manso. Goiânia: Editora da UCG. p. 241-264.

Wallman, D. (2014). Slave community foodways on a French colonial plantation: Zooarchaeology at Habitation Crève Coeur, Martinique. In: Kelly, K., & Bérard, B. (Ed.) Bitasion: Lesser Antilles plantation Archaeology (p. 45-6). Leiden: Sidestone Press Academic.

Weeks, J. H. (1914). Among the primitive Bakongo: a record of thirty years' close intercourse with the Bakongo and other tribes of equatorial Africa, with a description of their habits, customs & religious beliefs. Londres: Seeley, Service & Co. Limited.

Wilkie, L. A. (1995). Magic and empowerment on the plantation: an archaeological consideration of African-American world view. Southeastern Archaeology, 14(2), 136-157.

Wilkie, L. A. (1996). Glass-knapping at a Louisiana plantation: African-American tools? Historical Archaeology, 30(4), 37-49.

Downloads

Publicado

2022-01-13

Como Citar

Espechit Gomes, L., & Symanski, L. (2022). Fogueiras afro-diaspóricas no Sudeste e Centro-oeste do Brasil: cotidiano, ancestralidade e ritual. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 16(1), 122–149. https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.34771

Edição

Seção

Artigos