Arqueologia e colonialidade no século XXI

perspectivas a partir de um museu no Piauí

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.31239/vtg.v17i2.41435

Mots-clés :

arqueología, colonialidade, Piauí

Résumé

A decolonialidade é um tema novo em Arqueologia. Traz questionamentos quanto às teorias e às metodologias que são aplicadas, no âmbito das universidades, da administração pública e das empresas privadas. Insere as discussões num panorama global, no qual relações de poder construídas durante o período colonial perduram em comportamentos e ideias atuais. Refletir a partir das margens significa também reconhecer que a trajetória social e histórica do Piauí ocupa um lugar relevante para trazer novos elementos para o debate. Neste trabalho, investigamos a intersecção de duas agências que, apesar de se recusarem em admitir, compartilham muitos traços. Em particular, identificamos como a articulação entre o raciocínio transcendental hierárquico, próprio da Arqueologia acadêmica, e o método de amostragem por sondagens, adotado na Arqueologia preventiva, se retroalimentam para produzir os vestígios de um passado baseado em ocupações densas e padronizadas. Neste sentido, são otimizadas para identificar contextos específicos, compatíveis com uma perspectiva eurocêntrica. Contrastamos esta abordagem com uma discussão voltada para outras formas de organização coletiva.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

Abu-Lughod, J. L. 1989. Before European Hegemony. The World System A.D. 1250-135i0. Oxford: Oxford University Press.

Akotirene, C. 2021. Interseccionalidade. Feminismos Pluriais. São Paulo: Sueli Carneiro & Jandaíra.

Atschul, N. 2022. The Decolonial Imperative: a Postcolonial Critique *. In: Gragoatá, 27 (59), e53591.

APIB, 2020. Agora é a Vez do Maracá. https://emergenciaindigena.apiboficial.org

Apolinário, J. R. 2005. Os Akroá e outros povos indígenas nas Fronteiras do Sertão. As práticas das políticas indígena e indigenista no norte da capitania de Goiás – Século XVIII. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco.

Araújo, A. G. M. 2001. Teoria e Método em Arqueologia Regional: Um Estudo de Caso no Alto Paranapanema, Estado de São Paulo. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

Arendt, H. 2007 [1951]. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras.

Asher, K. 2013. Latin American Decolonial Thought, or Making the Subaltern Speak. In: Geography Compass, 7 (12), p. 832-842.

Assis, N. P. D. 2012. A Capitania de São José do Piauhy na Racionalidade Espacial Pombalina (1750-1777). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Ballestrin, L. M. A. 2017. Modernidade/Colonialidade sem “Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial. In: DADOS – Revista de Ciências Sociais, 60 (2), p. 505-540.

Baptista, J. G. 2016. Etno-História indígena piauiense. In: Dias, C. M. M. e Santos, P. S. (Orgs.) 2016. História dos Índios do Piauí. Teresina: EDUFPI, p. 111-178.

Beaujard, P. 2012. The Worlds of the Indian Ocean. 2 volumes. Cambridge: Cambridge University Press.

Beekman, C. S. & Baden, W. W. (Eds.) 2005. Nonlinear Models for Archaeology and Anthropology. Continuing the Revolution. Londres e New York: Routledge.

Binford, L. R. 1964. A Consideration of Archaeological Research Design. In: American Antiquity, 29 (4), p. 425-441.

Brundtland, G. H. 1987. Our Common Future: Report of the World Commission on Environment and Development. Geneva: Nações Unidas.

Bueno, L. 2019. Arqueologia do povoamento inicial da América ou História Antiga da América: quão antigo pode ser um ‘Novo Mundo’? In: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 14 (2), p. 477-495.

Bueno, E. 2022. A crítica do mito da modernidade: da Escola de Frankfurt ao giro decolonial. Civitas, Rev. Ciênc. Soc., 22, e-41429.

Casanova, P. G. 1965. Internal Colonialism and Nation Development. In: Studies in Comparative International Development, 1 (4), p. 27-37.

Casanova, P. G. 2007. Colonialismo interno (uma redefinição). Buenos Aires: CLACSO.

Castelo Branco, M. 2016. O Índio no Povoamento do Piauí. In: Dias, C. M. M. e Santos, P. S. (Orgs.) 2016. História dos Índios do Piauí. Teresina: EDUFPI, p. 57-74.

Castro-Gómez, S. & Grosfoguel, R. (Orgs.) 2007. El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.

Castro-Gómez, S. & Mendieta, E. 1998. La Translocalización Discursiva de Latinoamérica em Tiempos de la Globalización. Teorias sin Disciplinas. Latinoamericanismo, Poscolonialidad y Globalización em Debate. Cidade do México: SMAP.

Chakrabarti, D. 2009. Provincialiser l’Europe. Paris: Éditions Amsterdam.

Chaves, J. 2016. O Índio no Solo Piauíense. In: Dias, C. M. M. e Santos, P. S. (Orgs.) 2016. História dos Índios do Piauí. Teresina: EDUFPI, p. 35-56.

Clastres, P. 2003. A Sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify.

Cooper, J. M. 1942. Areal and Temporal Aspects of Aboriginal South American Culture. In: Primitive Man, 15 (1-2), p. 1-38.

Crellin, R. J. 2020. Change and Archaeology. Londres e New York: Routledge.

Crenshaw, K. 1989. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. In: University of Chicago Legal Forum, 1, p. 139-167.

Crenshaw, K. 1991. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color. In: Stanford Law Review, 43 (6), p. 1241-1299.

Crumley, C. L. 2008. Heterarchy and the Analysis of Complex Societies. In: Archeological Papers of the American Anthropological Association, 6 (1), p. 1-5.

Daems, D. 2021. Social Complexity and Complex Systems in Archaeology. Londres e New York: Routledge.

Daniel, G. E. 1950. A Hundred Years of Archaeology. Londres: Gerald Duckworth & Co.

Delanöe, E.; Boussahba, M.; Bakshi, S. 2021. Introduction. In: Boussahba, M.,; Delanoë, E.; Bakshi, S. (Orgs.) Qu’est-ce que l’Intersectionnalité? Paris: Payot, p. 7-31.

Dussel, E. 1992. 1492. El Encubrimiento del Otro. Hacia el Origen del “Mito de la Modernidad”. La Paz: Plural.

Fanon, F. 1961. Os Condenados da Terra. Lisboa: Ulisseia.

Figuereido, C. V. S. 2010. Estudos Subalternos: uma Introdução. In: Raídos, 4 (7), p. 83-92.

Fowles, S. 2018. The Evolution of simple Society. In: Asian Archaeology, 2, p. 19-32.

G1, 2022. Comunidade indígena Tabajara é a segunda a ter o território demarcado no Piauí. Portal G1, 11/02/2022. https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2022/02/11/comunidade-indigena-tabajara-e-a-segunda-a-ter-o-territorio-demarcado-no-piaui.ghtml

Goeman, M. 2013. Mark my Words. Native Women Mapping our Nation. Minneapolis e Londres: University of Minnesota Press.

Hill Collins, P. 2011. Piecing Together a Genealogical Puzzle. Intersectionality and American Pragmatism. In: European Journal of Pragmatism and American Philosophy, 3 (2), p. 1-27.

Holmes, W. H. 1914. Areas of American Culture Characterization Tentatively Outlined as an Aid in the Study of the Antiquities. In: American Anthropologist, 16, p. 413-446.

Horkheimer, M. 2007. Eclipse da Razão. São Paulo: Centauro Editora.

Huntington, S. P. 1997. O Choque das Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial. Rio de Janeiro: Objetiva.

Interpi, 2022. Entrega de Título de Propriedade para o Território Indígena Nazaré. Instituto de Terras do Piauí, 29/04/2022. https://portal.pi.gov.br/interpi/2022/04/29/entrega-de-titulo-de-propriedade-para-o-territorio-indigena-nazare

IPHAN, 2015. Instrução Normativa 001.

IPHAN, 2022. Portarias de Pesquisas Arqueológicas Publicadas no DOU - 1991 a 2022. http://portal.iphan.gov.br/cna/pagina/detalhes/1375/

Jaspers, K. 2011 [1953]. The Origin and Goal of History. Londres e New York: Routledge.

Kohler, T. 2011. Complex Systems in Archaeology. Santa Fé: Santa Fé Institute Working Papers.

Kontopoulos, K. M. 2006. The Logics of Social Structures. Cambridge: Cambridge University Press.

Lightfoot, K. G. 1986. Regional Surveys in the Eastern United States: The Strengths and Weaknesses of Implementing Subsurface Testing Programs. In: American Antiquity, 51 (3), p. 484-504.

Lugones, M. 2020. Colonialidade e Gênero. In: Holanda, H. B. (Ed.) 2020. Pensamento Feminista Hoje. Perspectivas Decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, p. 51-81.

Macambira, D. M. & Gomes, J. M. A. 2021. Desertificação em Gilbués – Piauí sob a Ótica da História Ambiental. In: História: Questões e Debates, 69 (2), p. 155-187.

Mageste, L. E. & Amaral, A. M. 2022. As arqueologias afetivas na produção discente da Universidade Federal do Vale do São Francisco: desdobramentos históricos e interfaces teóricas na construção da Arqueologia no Sudeste e Sudoeste do Piauí. In: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 17 (2).

Martin, G. 2007. Pré-história do Nordeste. Recife: Editora da Universidade Federal de Pernambuco.

McCulloch, W. S. 1945. A Heterarchy of Values Determined by the Topology of Nervous Nets. In: Bulletin of Mathematical Biophysics, 7, p. 89-93.

McRobbie, A. 1994. Strategies of Vigilance: an Interview with Gayatri Chakravorty Spivak. In: McRobbie, A. Postmodernism and Popular Culture. Londres: Routledge, p. 119-130.

Mignolo, W. D. 2007. Delinking. In: Cultural Studies, 21 (2), p. 449-514.

Mignolo, W. D. 2018. Decoloniality is an Option not a Mission. In: Mignolo, W. D. & Walsh, C. E. On Decoloniality. Concepts, Analytics, Praxis. Durham & Londres: Duke University Press.

Munduruku, J. S.; Munduruku, E. K. & Valle, R. 2021. Muraycoko Wuyta’a Be Surabudodot / Ibararakat: Rock Art and Territorialization in Contemporary Indigenous Amazonia – the Case of the Munduruku People from the Tapajos River. In: Rozwadowski, A. & Hampson, J. 2021. Visual Culture, Heritage and Identity

Using Rock Art to Reconnect Past and Present. Oxford: Archaeopress, p. 106-120.

Nance, J. D. & Ball,B.F. 1986. No Surprises? The Reliability and Validity of Test Pit Sampling. In: American Antiquity, 51(3), p. 457-483.

Oliveira, C. 2020. 520 anos depois, Piauí tem seu 1º território indígena reconhecido. Cidade Verde, 08/09/2020. https://cidadeverde.com/noticias/331881/520-anos-depois-piaui-tem-seu-1-territorio-indigena-reconhecido.

Poutignat, P. & Streiff-Fenart, J. 1997. Teorias da Etnicidade. São Paulo: Editora UNESP.

Putti, A. 2019. Bolsonaro: “Enquanto eu for presidente, não tem demarcação de terra indígena”, Carta Capital, 16/08/2019. https://www.cartacapital.com.br/politica/bolsonaro-enquanto-eu-for-presidente-nao-tem-demarcacao-de-terra-indigena/

Quijano, A. 1992. Colonialidad y Modernidad/Racionalidad. In: Perú Indígena, 13 (29), p. 11-20.

Quijano, A. 2000. Colonialidad del Poder, Eurocentrismo y América Latina. In: Lander, E. (Org.). La Colonialidade del Saber: Eurocentrismo y las Ciencias Sociales: Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO.

Quijano, A. 2020. Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/descolonialidad del poder. Buenos Aires: CLACSO.

Rivera Cusicanqui, S. 2010. Ch’ixinakax utxiwa : una reflexión sobre prácticas y discursos

descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón.

Rodríguez, I. 2005. Is there a Need for Subaltern Studies? In: Dispositio/n, 25 (52), p. 43-62.

Roosevelt, A. C. 1999. The Development of Prehistoric Complex Societies: Amazonia a Tropical Forest. In: Archaeological Papers of the American Anthropological Association, 9 (1), p. 13-33.

Salhins, M. D. & Service, E. R. (Eds.) 1960. Evolution and Culture. Ann Arbor: University of Michigan Press.

Schaan, D. P. 2004. The Camutins Chiefdom: Rose and Development of Social Complexity on Marajó Island Brazilian Amazon. Tese de Doutorado. Universidade de Pittsburgh.

Schott, M. J. 1989. Shovel-Test Sampling in Archaeological Survey: Comments on Nance and Ball and Lightfoot. In: American Antiquity, 52 (2), p. 396-404.

Segalla, V. 2020. Como o Piauí driblou a União e demarcou sua primeira terra indígena. Brasil de Fato, 11/09/2020. https://www.brasildefato.com.br/2020/09/11/como-o-piaui-driblou-a-uniao-e-demarcou-sua-primeira-terra-indigena

Silva Filho, O. P. 2007. Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de São José do Piauhy. 3 Volumes. Belo Horizonte: Ed. do Autor.

Silverblatt, I. 2004. Modern Inquisitions. Peru and the Colonial Origins of the Civilized World. Durham & Londres: Duke University Press.

Steward, J. (Ed.) 1946. Handbook of South American Indians. Volume 1: The Marginal Tribes. Washington: Government Publishing Office, p. 573-574.

Thomas, J. 2004. Archaeology and Modernity. Londres & New York: Routledge.

Verdesio, G. 2005. Latin American Subaltern Studies Revisited: Is There Life After the Demise of the Group? In: Dispositio/n, 25 (52), p. 5-42.

Wallace, A. R. 2004 [1889]. Viagens pelo Amazonas e Rio Negro. Brasília: Edições do Senado Federa.

Wallace, S. 2011. Contradictions of Archaeological Theory. Engaging Critical Realism and Archaeological Theory. Londres e New York: Routledge.

Wallerstein, I. 1974. O Sistema-Mundo Moderno. 2 volumes. Porto: Afrontamentos.

Wobst, H. M. 1983. We Can't See the Forest for the Trees: Sampling and the Shapes of Archaeological Distributions. In: Moore, J. A. & Keene, A. S. (Eds.) 1983. Archaeological Hammers and Theories. Londres: Academic Press, p. 37-85.

Wüst, I. & Barreto, C. 1999. The Ring Villages of Central Brazil: A Challenge for Amazonian Archaeology. In: Latin American Antiquity, 10 (1), p. 3-23.

Téléchargements

Publiée

2023-07-31

Comment citer

van Havre, G. (2023). Arqueologia e colonialidade no século XXI: perspectivas a partir de um museu no Piauí . Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 17(2), 329–358. https://doi.org/10.31239/vtg.v17i2.41435