A erosão do consenso e a influência algorítmica na percepção científica

Autores

Palavras-chave:

plataformização da ciência, algoritmos, negacionismo, desinformação, crise epistêmica

Resumo

Esta pesquisa evidencia a urgência de um debate público sobre a soberania epistêmica frente aos interesses algorítmicos e mercadológicos da era digital, através de uma investigação acerca da plataformização e suas interferências na percepção pública da ciência, especialmente durante a pandemia de Covid-19. O problema central reside na crescente erosão da credibilidade científica causada pela desinformação algorítmica em ambientes digitais e, como objeto de estudo, aponta-se a atuação das plataformas digitais na mediação dos discursos sobre ciência e saúde. Objetiva-se compreender de que modo os algoritmos contribuem para a circulação de conteúdos pseudocientíficos e a legitimação de atores negacionistas, por meio de uma metodologia qualitativa, com base em revisão bibliográfica e análise crítica de discursos negacionistas amplificados por plataformas como Facebook, Instagram e Twitter, incluindo o caso do movimento Médicos Pela Vida. Os resultados indicam que a desinformação se propaga com maior intensidade devido à lógica de engajamento dessas plataformas, o que reforça bolhas informacionais e afeta diretamente a aceitação de imunizantes. Conclui-se que a atuação algorítmica beneficia economicamente as plataformas enquanto fragiliza o ecossistema científico. A regulação democrática é aconselhada junto a estratégias como o letramento crítico da informação e o uso de táticas de inoculação discursiva.

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Biografia do Autor

  • Andressa Garcez, Universidade Federal Fluminense

    Mestranda em Mídia e Cotidiano pela Universidade Federal Fluminense (PPGMC/UFF). Bolsista CNPq, integrante do Projeto de Combate à Desinformação no Brasil e na América Latina (IBICT-MCTI).

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Publicado

2025-12-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A erosão do consenso e a influência algorítmica na percepção científica. (2025). Algoritmos & Sociedade, 1(1), 1-22. https://periodicos.ufmg.br/index.php/algoritmosesociedade/article/view/60399

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