Prevalência de lesões cervicais não cariosas na dentição decídua
DOI:
https://doi.org/10.35699/2178-1990.2021.25386Palavras-chave:
Desgaste dos dentes, Erosão dentária, Abrasão dentária, Dentística operatóriaResumo
Objetivo: Determinar a prevalência de lesões cervicais não cariosas em crianças na dentição decídua e possíveis fatores etiológicos associados.
Métodos: Após a aprovação do Comitê de Ética – CEP/UESPI (3.289.732), o estudo transversal foi realizado em 360 crianças com idade entre 2 a 6 anos, de escolas públicas e privadas, divididas em dois grupos: G1 (com lesões cervicais) e G2 (sem lesões cervicais). Foi aplicado um questionário aos pais, seguido do exame clínico das crianças. Foram consideradas lesões detectadas pelo tato e visualmente. Foram realizadas avaliações das médias e dos desvios padrão para variáveis quantitativas. Obteve-se porcentagens e frequências, realizando-se análises de associação entre as variáveis qualitativas a partir do qui-quadrado e comparação da idade média a partir do teste t (p < 0,05).
Resultados: Somente lesões do tipo abfração foram encontradas na amostra (5%) e os indivíduos de raça branca apresentaram uma maior prevalência em relação aos demais (55,5%). Houve diferença estatisticamente significativa (p < 0,001) e essas lesões foram identificadas somente em escolas privadas. Quanto ao sexo, em G1, houve diferença estatisticamente significativa, (p = 0,01) com maior prevalência no masculino (66,7%). Os dentes mais acometidos em ordem decrescente foram os caninos e incisivos centrais superiores seguidos dos caninos e incisivos centrais inferiores.
Conclusão: A prevalência de lesões cervicais não cariosas, do tipo abfração, em crianças de 2 a 6 anos de idade foi de 5%, tendo sido encontradas somente em escolas privadas, com predominância no sexo masculino. Houve associação entre a abfração e o tipo de escova utilizada na escovação dentária, apresentando maior frequência de lesões quando escovas duras eram utilizadas e escovação forte era executada.
Downloads
Referências
Antonelli JR, Hottel TL, Garcia-Godoy F. Abfraction lesions-where do they come from? A review of the literature. J Tenn Dent Assoc. 2013;93(1):14-9.
Xavier AFC, Pinto TCA, Cavalcanti AL. Non-carious cervical lesions: a current overview. Rev Odontol Univ Cid São Paulo. 2012;24(1):57–66.
Fontes CL, Oliveira LC, Ferreira MC, Paschoal MAB. Dental erosion approach in pediatric dentistry clinic: case report. Rev Odontol Univ Cid São Paulo. 2017;28(3):262-9.
Hoeppner MG, Massarollo S, Bremm LL. Clinical considerations of non-carious cervical lesions. Publ UEPG Ci Biol Saúde. 2007;13(3/4):81-6.
Amaral MA, Ruiz DT, Simm W, Pereira JS, Luiz MAF, Matsuo T. Dental wear: an epidemiological study in a five-year-old population in Sarandi, Paraná. Saúde e Pesqui. 2008;1(2):151-6.
Sá TB, Costa MJF, Vieira BR, Penha ES, Medeiros LADM, Guenês GMT. Evaluation of the impact of oral health on the quality of life of users with dental erosion at the Dental School Clinic of the Federal University of Campina Grande. Arch Health Invest. 2018;7(8):300-4.
Kumar S, Kumar A, Debnath N, Kumr A, Badlyani BK, Basak D et al. Prevalence and risk factors for non-carious cervical lesions in children attending special needs schools in India. J Oral Sci. 2015;57(1):37-43.
Fontelles MJ, Simões MG, Almeida JC, Fontelles RGS. Research methodology: guidelines for calculating the sample size. Rev Para Med. 2010;24(2):57-64.
Que KH, Guo B, Jia Z, Chen Z, Yang J, Gao P. A cross-sectional study: non-carious cervical lesions, cervical dentine hypersensitivity and related risk factors. J Oral Rehabil. 2013;40:24–32.
Smith, BG; Knight, JK. An index for measuring the wear of teeth. Br Dent J. 1984;156(12):435-43.
Grippo JO, Simring M, Schreiner S. Attrition, abrasion, corrosion and abfraction revisited: a new perspective on tooth surface lesions. J Am Dent Assoc. 2004;135(8):1109-18.
Mangueira DF, Sampaio FC, Oliveira AF. Association between socioeconomic factors and dental erosion in Brazilian schoolchildren. J Public Health Dent. 2009;69(4):254-9.
Araújo NC, Massoni ACLT, Rosenblatt A. Dental erosion and consumption of industrialized beverages in a group of children in Recife/Pernambuco, Brazil. Rev Odonto Ciênc. 2009;24(2):120-3.
Wiegand A, Muller J, Werner C, Attin T. Prevalence of erosive tooth wear and associated risk factors in 2-7-year-old German kindergarten children. Oral Dis. 2006;12(2):117-24.
Kazoullis S, Seow WK, Ford D, Holcombe T, Newman BE, Ford D. Common dental conditions associated with dental erosion in schoolchildren in Australia. Pediatr Dent. 2007;29(1):33-9.
Kreulen CM, Van ‘t Spijker A, Rodriguez JM, Bronkhorst EM, Creugers NH, Bartlett DW. Systematic review of the prevalence of tooth wear in children and adolescents. Caries Res. 2010;44:151-9.
Amaral SM, Abad EC, Maia KD, Weyne S, Pinto MPR, Oliveira B et al. Non-carious injuries: the challenge of multidisciplinary diagnosis. Arq Int. Otorrinolaringol. 2012;16(1):96-102.
Gatou, T; Mamai-homata, E. Tooth wear in the deciduous dentition of 5–7-year-old children: risk factors. Clin Oral Investig. 2012;16(3):923-33.
Marson FC, Campanholo JR, Capua M, Beraldo TF. Clinical evaluation of non-carious cervical lesions. Rev Uningá. 2010;24(1):1-16.
Oliveira, ACS; Damascena, NP; Souza, CS. Clinical analysis of patients with non-carious cervical lesions and their relationship with habits. RSBO. 2010;7(2):182-92.
Soares C, Soares P, Menezes M, Santos-Filho P. Abfraction injuries: analysis of the etiological factors. Clin Int J Braz Dent. 2006;2(3):280-6.
Telles, D; Pegoraro, LF; Pereira, JC. Incidence of noncarious cervical lesions and their relation to the presence of wear facets. J Esthet Restor Dent. 2006;18(4):178-83.
Telles, D; Pegoraro, LF; Pereira, JC. Prevalence of noncarious cervical lesions and their relation to occlusal aspects: a clinical study. J Esthet Restor Dent. 2000;12(1):10-5.
Bartlett D W, Shah P. A critical review of non-carious cervical (wear) lesions and the role of abfraction, erosion, and abrasion. J Dent Res. 2006;85(4):306-12.
Duangthip D, Man A, Poon PH, Lo ECM, Chu CH. Occlusal stress is involved in the formation of non-carious cervical lesions. A systematic review of abfraction. A J Dent. 2017;30(4):212-20.
Miranda JS, Barcellos ASP, Oliveira AS, Paradella TC, Kimpara ET, Chaves MGAM. Are non-cervical lesions more frequent in sleep bruxism patients? Braz Dent Sci. 2017;20(4):49-54.