Selamento de lesões cariosas em molares decíduos
DOI:
https://doi.org/10.35699/2178-1990.2023.42396Palavras-chave:
Cárie dentária, Criança, Materiais dentáriosResumo
Objetivo: Investigar a eficácia do selamento de lesão de cárie dentinária em comparação com a remoção parcial de cárie seguida de restauração em molares decíduos.
Material e Método: O estudo clínico randomizado foi planejado ser realizado em 60 crianças com idade entre 3 e 8 anos. As crianças foram randomizadas por sorteio, com alocação para os 3 grupos, sendo 20 em cada grupo: Grupo 1 (G1) constituído por crianças que receberam o selamento de cárie com resina fluida; Grupo 2 (G2) com crianças que receberam o selamento de cárie com cimento de ionômero de vidro de alta viscosidade e Grupo controle (G3) com crianças onde a remoção parcial da cárie foi seguida por restauração com cimento de ionômero de vidro resinoso. Foram feitos acompanhamentos clínicos e radiográficos antes e após a intervenção, bem como a cada 4 meses durante 1 ano, investigando-se se houve fratura no selamento ou na restauração (infiltração marginal), paralização, regressão ou evolução do processo carioso nos 3 grupos.
Resultados: A amostra foi reduzida para 49 crianças pois durante a fase de controle clínico radiográfico, 11 não foram localizadas por mudança de endereço. O grupo G1 apresentou 50% dos casos com regressão e 50% dos casos em paralização. O grupo G2 apresentou 62,5% dos casos com regressão e 37,5% dos casos com paralização e o grupo G3 com 60% dos casos com regressão e 40% com paralização. Não houve associação estatisticamente significativa entre o tipo de grupo e a progressão da lesão, não havendo diferença entre os grupos (valor de p = 0,74).
Conclusão: Não houve diferença entre os grupos quanto à progressão de lesão de cárie quando tratados somente com o selamento com resina fluida ou com cimento de ionômero de vidro de alta viscosidade ou com restauração convencional com cimento de ionômero de vidro resinoso após a remoção do tecido cariado.
Referências
Innes NP, Clarkson JE, Douglas GVA, Ryan V, Wilson N, Homer T, et al. Child care management: a randomized controlled trial in dental practice. J Dent Res. 2020;99(1):36-43.
Kassebaum NJ, Bernabé E, Dahiya M, Bhandari B, Murray CJ, Marcenes W. Global burden of untreated caries: a systematic review and meta regression. J Dent Res. 2015;94(5):650-8.
Vasconcelos AA, Girão DC, Parisotto TM, Imparato JCP. Selamento de lesões de cáries oclusais em metade externa de dentina em dentes decíduos: estudo clínico randomizado em crianças cearenses. Rev Odontol Bras Central. 2017;26(77):26-32.
Santamaria RM, Innes NPT, Machiulskiene V, Evans DJP, Splieth CH. Caries management strategies for primary molars: 1-yr randomized control trial results. J Dent Res. 2014;93(11):1062-9.
Mijan M, Amorim RG, Leal SC, Mulder J, Oliveira L, Creugers NHJ, et al. The 3.5-year survival rates of primary molars treated according to three treatment protocols: a controlled clinical trial. Clin Oral Investig. 2014;18(4):1061-9.
Franzon R, Guimarães LF, Magalhães CE, Haas AN, Araujo FB. Outcomes of one-step incomplete and complete excavation in primary teeth: a 24-month randomized controlled trial. Caries Res. 2014;48(5):376-83.
Maltz M, Alves LS, Jardim JJ, Moura MS, Oliveira EF. Incomplete caries removal in deep lesions: a 10- year prospective study. Am J Dent. 2011;24(4):211-4.
Shinkai K, Taira Y, Suzuki S, Suzuki M. In vitro wear of flowable resin composite for posterior restorations. Dent Mater J. 2016;35(1):37-44.
Bakhshandeh A, Qvist V, Ekstrand KR. Sealing occlusal caries lesions in adults referred for restorative tratment: 2–3 years of follow-up. Clin Oral Invest. 2012;16(2):521-9.
Goldman AS, Chen X, Fan M, Frencken JE. Methods and preliminary findings of a cost-effectiveness study of glass-ionomer-based and composite resin sealant materials after 2 yr. Eur J Oral Sci. 2014;122(3):230-7.
Amorim RG, Frencken JE, Raggio DP, Chen X, Hu X, Leal SC. Survival percentages of atraumatic restorative treatment (ART) restorations and sealants in posterior teeth: an updated systematic review and metaanalysis. Clin Oral Investig. 2018;22(8):2703-25.
Dhar V, Hsu KL, Coll JA, Ginsberg E, Ball M, Chhibber S, et al. Evidence-based update of pediatric dental restorative procedures: dental materials. J Clin Pediatr Dent. 2015;39(4):303-10.
Dias KR, Andrade CB, Wait TT, Chamon R, Ammari MM, Soviero VM, et al. Efficacy of sealing occlusal caries with a flowable composite in primary molars: A 2-year randomized controlled clinical trial. J Dent. 2018;74:49-55.
Faustino-Silva DD, Figueiredo MC. Atraumatic restorative treatment-ART in early childhood caries in babies: 4years of randomized clinical trial. Clin Oral Investig. 2019;23(10):3721-9.
Hesse D, Bonifacio CC, Mendes FM, Braga MM, Imparato JCP, Raggio DP. Sealing versus partial caries removal in primary molars: a randomized clinical trial. BMC Oral Health. 2014;14:58-64.
Ladewig NM, Camargo LB, Tedesko TK, Floriano I, Gimenez T, Imparato JCP, et al. Management of dental caries among children: a look at the cost-effectiveness. Expert Rev Pharma Outcomes Res. 2018;18(2):127-34.
Mijan M, Amorim RG, Leal SC, Mulder J, Oliveira L, Creugers NHJ, et al. The 3.5-year survival rates of primary molars treated according to three treatment protocols: a controlled clinical trial. Clin Oral Investig. 2014;18(4):1061-9.
Smales RJ, Gao W. In vitro caries inhibition at the enamel margins of glass-ionomer restoratives developed for the ART approach. J Dent. 2000;28(4):249-56.
Binas Junior LV, Barros AKC, Silva LHV, Gaia LGTM, Binas IWV, Mendonça ICG. Cimento de ionômero de vidro: revisão de literatura. Braz J Health Rev. 2022;5(2):6893-902.
Van’t Hof MA, Frencken JE, Helderman WHVP, Holmgren CJ. The atraumatic restorative treatment (ART) approach for managing dental caries: a meta-analysis. Int Dent J. 2006:56(6):345-51.
Moura MS, Sousa GP, Brito MHSF, Silva MCC, Lima MDM, Moura LFAD, et al. Does low-cost GIC have the same survival rate as high-viscosity GIC in atraumatic restorative treatments? A RCT. Braz Oral Res. 2020;33:e125.
Olegário IC, Pacheco ALB, Araújo MP, Ladewig NM, Bonifácio CC, Imparato JCP, et al. Low-cost GICs reduce survival rate in occlusal ART restorations in primary molars after one year: a RCT. J Dent. 2017;57:45-50.
Pacheco ALB, Olegário IC, Bonifácio CC, Calvo AFB, Imparato JCP, Raggio DP. One year survival rate of ketac molar versus vitro molar for occlusoproximal ART restorations: a RCT. Braz Oral Res. 2017;31:e88.
Muniz AB, Bessa ERL, Holanda MAR, Damasceno AGRL, Souza Júnior PRP, Melo ECS, et al. Cimento de ionômero de vidro em odontopediatria: revisão narrativa. REAS. 2020;12(10):e3853.
Bertacchini, SM, Abate PF, Blank A, Baglieto MF, Macchi RL. Solubility and fluoride release in ionomers and compomers. Quintessence Int. 1999;30(3):193-7.
Bonifácio CC, Kleverlaan CJ, Raggio DP, Werner A, Carvalho RCR, Van Amerogen WE. Physical-mechanical properties of glass ionomer cements indicated for atraumatic restorative treatment. Aust Dent J. 2009;54(3):233-7.
Burke FJT, Fleming GJP, Owen FJ, Watson DJ. Materials for restoration of primary teeth: 2. glass ionomer derivatives and compomers. Dent Update. 2002;29(1):10-4,16-7.
Dhar V, Hsu KL, Coll JA, Ginsberg E, Ball BM, Chhibber S, et al. Evidence-based update of pediatric dental restorative procedures: dental materials. J Clin Pediatr Dent. 2015;39(4):303-10.
Fontelles MJ, Simões MG, Almeida JC, Fontelles RGS. Research methodology: guidelines for calculating the sample size. Rev Paran Med. 2010;24(2):57-64.
Schulz KF, Altman DG, Moher D; Consort Group. Consort 2010 statement: updated guidelines for reporting parallel group randomised trials. BMJ. 2010;340:c332.
Moher D, Hopewell S, Schulz KF, Montori V, Gøtzsche PC, Devereaux PJ, et al. Consort 2010 explanation and elaboration: updated guidelines for reporting parallel group randomised trials. J Clin Epidemiol. 2010;63(8):e1-37.
Krleza-Jerić K, Chan AW, Dickersin K, Sim I, Grimshaw J, Gluud C. Principles for international registration of protocol information and results from human trials of health-related interventions: Ottawa statement (part 1). BMJ. 2005;330(7497):956-8.