Prevalência de fluorose dentária e de opacidades de origem não-fluorótica em áreas com e sem fluoretação artificial da água de abastecimento público

Autores

  • Rafael Gomes Ditterich Universidade Federal do Paraná
  • Priscila Paiva Portero Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Marilisa Carneiro Leão Gabardo Pontifícia Universidade Católica do Paraná
  • Denise Stadler Wambier Universidade Estadual de Ponta Grossa

Palavras-chave:

Fluorose dentária, Epidemiologia, Fluoretação

Resumo

Este trabalho objetivou verificar a prevalência de fluorose e opacidades de esmalte em localidades com e sem água fluoretada no município de Ponta Grossa-PR. Participaram do estudo 113 crianças de 12 anos, de ambos os sexos, sendo 82 escolares da zona urbana (0,7 ppm F) e 31 escolares de um distrito rural sem fluoretação da água. Para o registro da fluorose utilizou-se o índice de Dean. Quanto à opacidades de esmalte, foi registrada apenas sua presença ou ausência. A prevalência de fluorose foi de 24,4% na zona urbana e 9,7% na zona rural (p=0,09). Avaliando a gravidade, a prevalência na zona urbana foi de 17,1 no grau muito leve e 7,3% no grau leve. Já no distrito rural, foi de 6,4% no grau muito leve e 3,2% no grau leve. Apenas no sexo feminino foi encontrada diferença quando comparado por localidade (p=0,02). Constatou-se que 12,9% apresentavam opacidades de esmalte na zona rural e 8,5% na zona urbana, porém estatisticamente não significante (p=0,72). Não foi encontrada diferença entre opacidades de esmalte e sexo por localidade. A exposição por outras formas de fluoretos em crianças moradoras da região sem água fluoretada foi responsável pela diferença na prevalência de fluorose, porém não foi identificada diferença na gravidade do acometimento. A prevalência de hipoplasia apresentou distribuição semelhante entre as duas localidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. Achievements in Public Health, 1900-1999: Fluoridation of drinking water to prevent dental caries. MMWR recommendations and reports 1999; 48:933-40.

McDonagh MS, Whiting PF, Wilson PM, Sutton AJ, Chestnut I, Cooper J, et al. Systematic review of water fluoridation. BMJ 2000; 321:855-9.

Bratthall D, Hänsel-Peterson G, Sundberg H. Reasons for the caries decline: what do the experts believe? Eur J Oral Sci. 1996; 104:416-22.

Narvai PC. Cárie dentária e flúor: uma relação do século XX. Ciência & Saúde Coletiva. 2000; 5:381-92.

Basting RT, Pereira AC, Meneghim MC. Evaluation of dental caries prevalence in students from Piracicaba, SP, Brazil, after 25 years of fluoridation of the public water supply. Rev Odontol Univ São Paulo 1997; 11:287-92.

Lawrence HP, Sheiham A. Caries progression in 12 to 16-year-old schoolchildren in fluoridated and fluoride-deficient areas in Brazil. Community Dent Oral Epidemiol. 1997; 25:402-11.

Kozlowski FC, Pereira AC. Métodos de utilização do flúor sistêmico In: Pereira AC, et al. Odontologia em saúde coletiva: planejando ações e promovendo saúde. Porto Alegre: Artmed, 2003:265-74.

Pinto VG. Saúde bucal: odontologia social e preventiva. 3 ed. São Paulo: Santos, 1992.

Brasil. Lei nº 6050, de 24 de maio de 1974. Dispõe sobre a obrigatoriedade da fluoretação das águas em sistemas de abastecimento. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/saudebucal/legislacao/lei6050_24_05_74.pdf>. Acesso: 26 jan. 2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 635, de 25 de dezembro de 1975. Estabelece os critérios e teores para adição do íon fluoreto. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/saudebucal/ legislacao/portaria635_26_12_75.pdf>. Acesso: 26 jan. 2006.

Mascarenhas AK. Risk factors for dental fluorosis: a review of the recent literature. Pediatr Dent. 2000; 22:269-77.

Fejerskov O, Manji F, Baelum V, et al. Fluorose dentária: um manual para o profissional de saúde. São Paulo: Santos 1994. 122p

Den Besten PK. Dental Fluorosis: Its use as a biomarker. Adv Dent Res. Washington 1994; 8:105-10.

Ahokas JT, Donohue DC, Killalea S, McNeil J, Rix CJ. Review of water fluoridation and fluoride intake from discretionary fluoride supplements. Melbourne: National Health and Medical Research Council, 1999. 201 p. Disponível em: Acesso: 20 ago. 2005.

Matos AB, Turbino ML, Matson E. Efeito das técnicas de microabrasão no esmalte: estudo em microscopia de varredura. Rev Odontol Univ São Paulo 1998; 12:105-111.

Organização Mundial da Saúde. Levantamento epidemiológico básico de saúde bucal. 4 ed. São Paulo: Santos, 1999.

Russel AL. The differential diagnosis of fluoride and non-fluoride enamel opacities. J Public Health Dent. 1961; 21:143-6.

Pereira AC, Moreira BW. Analysis of three dental fluorosis indexes used in epidemiologic trials. Braz Dent J. 1999; 10:29-37.

Benetti AR, Cara Araujo FB, Araújo MAM, Rodrigues JR, Gonçalves SEP, Dinicoló R. Prevalência de fluorose dentária em escolares de São José dos Campos-SP. JBP-Rev Ibero-Am Odontopediatr Odontol Bebe 2004; 7:169-76.

Kumar JV, Swango PA, Opima PN, Green EL. Dean´s fluorosis index: an assessment of examiner reliability. J Public Health Dent. 2000; 60:57-9.

Sampaio FC. Prevalência de cárie e fluorose dentária em cidades da Paraíba com teores residuais de fluoretos na água de abastecimento. CCS 1993; 12:11-9.

Ely HC, Pretto SM. Fluorose e cárie dentária: estudo epidemiológico em cidades do Rio Grande do Sul com diferentes níveis de flúor nas águas de abastecimento. Rev Odonto Ciênc. 2000; 31:143-73.

Maltz M, Silva BB, Schaeffer A, Farias C. Prevalência de fluorose em duas cidades brasileiras, uma com água artificialmente fluoretada e outra com baixo teor de flúor, em 1987 e 1997/98. Rev Fac Odontol Porto Alegre 2000; 42:51-5.

Cardoso ACC, Moraes LRSM. Associação entre cárie e fluorose dentária com a fluoretação das águas em dois municípios do estado da Bahia. Rev Baiana Saúde Pública 2003; 27:7-18.

Buzalaf MA, Almeida BS, Olympio KP, da S Cardoso VE, de C S Peres SH. Enamel fluorosis prevalence after a 7-year interruption in water fluoridation in Jaú, São Paulo, Brazil. J Public Health Dent. 2004; 64:205-8.

Lima BO, Cury JA. Ingestão de flúor por crianças pela água e dentifrício. Rev Saúde Pública 2001; 35:576-81.

Armonia PL, Adde CA, Tortamano N, Barros CCA, Simone JL. Crema dental fluorada y fluorosis. Rev Fol Oral 1999; 5:37-40.

Gómez Soler SS, Fernández AV, Salas VE, Suez VG.Prevalencia y severidad de fluorosis dental atribuible a la ingesta multivehicular de fluoruros. Rev Fac Odontol Univ Valparaiso 1999; 2:182-9.

Ramos NB, Armonia PL, Tortamano N, Scabar LF. Riscos de fluorose dentária em crianças com 2, 3 e 4 anos de idade, que consomem água fluoretada, apresentando concentrações de 0,1 a 0,7 ppm de íons fluor, e utilizam creme dental fluoretado. Rev Inst Ciênc Saúde. 2004; 22:149-54.

Mascarenhas AK, Burt BA. Fluorosis risk from early exposure to fluoride toothpaste. Community Dent Oral Epidemiol. 1998; 26:241-8.

Romanhol CV, Dezan CC. Relação entre a presença de fluorose dentária em crianças de idade escolar com perfil de consumo de dentifrícios fluoretados em seus irmãos menores de 3 anos. Semina 1999, 20:78-84.

Pereira AC, Cunha FL, Meneghim MC, Werner CW. Dental caries and fluorosis prevalence study in a nonfluoridated Brazilian community: Trends analysis and toothpaste association. ASDC J Dent Child. 2000; 67:132-5.

Oliveira MJL, Paiva SM, Martins LHPM, Pordeus IA. Uso precoce dos dentifrícios fluoretados e risco de fluorose dentária. Arq Odontol. 2001; 37:189-98.

Martins CC, Pinheiro NR, Paiva SM. Perfil de crianças portadoras de fluorose dentária quanto às diversas formas de acesso ao flúor. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2002; 5:396-402.

Sato HK, Fornaziero CC, Walter LRF. Escovação dentária e o risco de fluorose em crianças. Semina 1997; 18:7-14.

Paiva SM, Cury JA. Dentifrício fluoretado e risco de fluorose dentária. RPG Ver Pos-Grad. 2001; 8:322-8.

Lunardelli SE, Peres MA. Defeitos de desenvolvimento de esmalte não-fluoróticos na dentição decídua. In: Antunes JLF, Peres MA. Epidemiologia da saúde bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; 165-79.

Downloads

Publicado

2016-03-14

Como Citar

Ditterich, R. G., Portero, P. P., Gabardo, M. C. L., & Wambier, D. S. (2016). Prevalência de fluorose dentária e de opacidades de origem não-fluorótica em áreas com e sem fluoretação artificial da água de abastecimento público. Arquivos Em Odontologia, 44(2). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/arquivosemodontologia/article/view/3465

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)