Prevalência de sintomatologia para a Disfunção Temporomandibular (DTM) em estudantes de Odontologia e sua associação com a Hipermobilidade Condilar da Articulação Temporomandibular (ATM)

Autores

  • Edvaldo Teixeira de Ávila Júnior Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Olga Dumont Flecha Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Paulo Messias de Oliveira Filho Universidade Federal dos Vales doJequitinhonha e Mucuri

Palavras-chave:

Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular, Instabilidade articular

Resumo

A Disfunção Temporomandibular (DTM) representa uma coleção de condições clínicas associadas com anormalidades do sistema estomatognático, e está relacionada a diversos fatores de risco, dentre os quais a Hipermobilidade Condilar. O presente estudo objetivou avaliar a prevalência da Disfunção Temporomandibular em estudantes de Odontologia e sua associação com a Hipermobilidade Condilar. Um total de 111 estudantes (66 mulheres e 45 homens) foi submetido a uma avaliação clínica da Articulação Temporomandibular e respondeu a um questionário sobre os sintomas da Disfunção Temporomandibular. Foram considerados sintomáticos em relação à DTM os indivíduos que julgaram apresentar dor ou fadiga na região dos músculos mastigatórios, e/ou dor na região da Articulação Temporomandibular (ATM). Através do teste Qui-quadrado (p£0,05), foi avaliada a associação entre os indivíduos sintomáticos em relação à Disfunção Temporomandibular e a Hipermobilidade Condilar, além dos seguintes fatores: gênero, cefaléia, fenômenos otológicos (plenitude auricular, zumbido ou vertigem) e ruídos articulares. As prevalências de Disfunção Temporomandibular e Hipermobilidade Condilar foram respectivamente, de 29,7% e 22,5%. Houve maior prevalência de Disfunção Temporomandibular em estudantes do gênero feminino. Dentre os estudantes sintomáticos para DTM, os ruídos articulares representaram (57,6%), cefaléia (51,5%) e fenômenos otológicos (42,4%). O ruído articular foi a única variável que apresentou associação estatisticamente significante com a sintomatologia de DTM. Não foi observada uma associação estatisticamente significante entre estudantes sintomáticos para DTM e a Hipermobilidade da Articulação Temporomandibular (p>0,05). Estudos longitudinais são necessários para se compreender melhor a relevância da Hipermobilidade Condilar na etiopatogenia dessa complexa disfunção.

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Publicado

2016-04-04

Como Citar

Ávila Júnior, E. T. de, Flecha, O. D., & Oliveira Filho, P. M. de. (2016). Prevalência de sintomatologia para a Disfunção Temporomandibular (DTM) em estudantes de Odontologia e sua associação com a Hipermobilidade Condilar da Articulação Temporomandibular (ATM). Arquivos Em Odontologia, 45(1). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/arquivosemodontologia/article/view/3490

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