Experiência de cárie, necessidades de tratamento e funcionamento familiar em pré-escolares
um estudo caso-controle
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2015.51.2.03Palavras-chave:
Cárie dentária, Criança, Relacionamento familiarResumo
Objetivo: Avaliar a relação entre experiência de cárie dentária, necessidades de tratamento e funcionamento familiar em 330 pré-escolares da rede municipal de ensino cidade do Recife/PE.
Material e Métodos: Os dados foram coletados por uma examinadora calibrada, utilizando quatro instrumentos: o Formulário de Dados Socioeconômico-Demográficos, o Critério de Classificação Econômica do Brasil – ABEP (2003), a Escala de Avaliação da Coesão e Flexibilidade Familiar - FACES III e a Ficha de Exame Clínico da Organização Mundial de Saúde. Para o grupo de casos foram consideradas as crianças com índice ceo-d diferente de zero e com pelo menos um elemento dental cariado; e para os controles, aquelas que não tinham experiência de cárie (ceo-d = 0). Para a análise estatística foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher.
Resultados: A maioria dos responsáveis entrevistados era mãe (73,0%), solteira e pertencia às classes econômicas C e D. A maioria das famílias apresentou baixo nível de coesão familiar (72,4%) e flexibilidade moderada (51,5%). Quanto às necessidades de tratamento (grupo de casos), 41,8% necessitavam de tratamento restaurador e 8,2% necessitavam de tratamentos mais complexos com procedimentos restauradores, pulpares e/ou cirúrgicos. A experiência de cárie não foi associada à coesão (p = 0,712), nem à flexibilidade familiar (p = 0,432); o mesmo sendo observado em relação às necessidades de tratamento (p = 0,964 e p = 0,607). A coesão familiar foi associada à classe econômica (p = 0,017).
Conclusão: Embora não tenha sido observada associação entre o funcionamento familiar, a experiência de cárie e as necessidades de tratamento, os níveis de coesão e flexibilidade familiar encontrados chamam a atenção para a necessidade de apoio às famílias consideradas de risco, visando a organização familiar em relação às estratégias de prevenção; assim como a programação de investimentos na atenção à saúde bucal, mais direcionados a estas famílias.
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