Associação entre hipermobilidade articular sistêmica e desordens temporomandibulares
uma investigação clínico-radiográfica
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2016.52.2.06Palavras-chave:
Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular, Instabilidade articularResumo
Objetivo: Verificar a associação de DTM em pacientes com HAS, por meio da análise de características clínicas e radiográficas, e suas principais condições clínicas de diagnóstico em indivíduos com DTM e hiperexcursão articular.
Métodos: Avaliou-se uma amostra de 43 pacientes do gênero feminino, com idade entre 20 e 50 anos. Estes foram submetidos ao Critério Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular (RDC/TMD) eixo I (para diagnóstico do tipo de desordem temporomandibular), ao Teste de Beighton (para avaliação da presença de HAS) e à avaliação de exame radiográfico do tipo planigrafia (para classificação do tipo de excursão apresentada e para observação de alterações morfológicas na cabeça da mandíbula). Os dados foram submetidos a tratamento estatístico com os testes de Fisher e Qui quadrado (p< 0,05).
Resultados: Foram encontradas associações estatisticamente significantes de HAS às seguintes condições: aplainamento em articulação temporomandibular direita (p<0,013) e esquerda (p<0,075); DTM muscular (p<0,037); e DTM mista (muscular e articular associadas) (p<0,082). Associações borderline foram identificadas para de HAS e osteófito em articulação temporomandibular direita (p<0,102) e esquerda (p<0,166); hiperexcursão em articulação temporomandibular esquerda (p<0,173).
Conclusão: Por meio da análise foi possível concluir que existe uma associação entre a HAS e as DTMs do tipo muscular e mista. A alteração de excursão mais frequentemente observada foi a hiperexcursão. Quando avaliadas alterações morfológicas nos componentes ósseos das ATM, verificou-se que indivíduos com HAS possuem uma maior probabilidade de manifestar alterações degenerativas do tipo aplainamento e osteófito. Por fim, constatou-se uma elevada frequência de outras dores musculoesqueletais nos pacientes.
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