Associação entre hipermobilidade articular sistêmica e desordens temporomandibulares

uma investigação clínico-radiográfica

Autores

  • Thayane Coelho Gomes Poubel Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Jean Soares Miranda Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Luciano Ambrósio Ferreira Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Patrícia Rocha Coelho Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Josemar Parreira Guimarães Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2016.52.2.06

Palavras-chave:

Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular, Instabilidade articular

Resumo

Objetivo: Verificar a associação de DTM em pacientes com HAS, por meio da análise de características clínicas e radiográficas, e suas principais condições clínicas de diagnóstico em indivíduos com DTM e hiperexcursão articular.

Métodos: Avaliou-se uma amostra de 43 pacientes do gênero feminino, com idade entre 20 e 50 anos. Estes foram submetidos ao Critério Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular (RDC/TMD) eixo I (para diagnóstico do tipo de desordem temporomandibular), ao Teste de Beighton (para avaliação da presença de HAS) e à avaliação de exame radiográfico do tipo planigrafia (para classificação do tipo de excursão apresentada e para observação de alterações morfológicas na cabeça da mandíbula). Os dados foram submetidos a tratamento estatístico com os testes de Fisher e Qui quadrado (p< 0,05).

Resultados: Foram encontradas associações estatisticamente significantes de HAS às seguintes condições: aplainamento em articulação temporomandibular direita (p<0,013) e esquerda (p<0,075); DTM muscular (p<0,037); e DTM mista (muscular e articular associadas) (p<0,082). Associações borderline foram identificadas para de HAS e osteófito em articulação temporomandibular direita (p<0,102) e esquerda (p<0,166); hiperexcursão em articulação temporomandibular esquerda (p<0,173).

Conclusão: Por meio da análise foi possível concluir que existe uma associação entre a HAS e as DTMs do tipo muscular e mista. A alteração de excursão mais frequentemente observada foi a hiperexcursão. Quando avaliadas alterações morfológicas nos componentes ósseos das ATM, verificou-se que indivíduos com HAS possuem uma maior probabilidade de manifestar alterações degenerativas do tipo aplainamento e osteófito. Por fim, constatou-se uma elevada frequência de outras dores musculoesqueletais nos pacientes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

LeResche L. Epidemiology of temporomandibular disorders: implications for the investigation of etiologic factors. Crit Rev Oral Biol Med. 1997;8(3):291-305.

Gui MS, Pimentel MJ, Rizzatti-Barbosa CM. Disfunção temporomandibular na síndrome da fibromialgia: comunicação breve. Rev Bras Reumatol. 2015 Apr;55(2): 189-94.

Marinho CC, Ganda AMF. Efeito da hipermobilidade articular generalizada nas articulações temporomandibulares e sua possível relação com a desordem temporomandibular. Rev Do. 2010; 9 (4): 1350-5.

Pasinato F, Souza JA, Corrêa EC, Silva AM. Temporomandibular disorder and generalized joint hypermobility: application of diagnostic criteria. Braz J Otorhinolaryngol. 2011 Jul-Aug;77(4):418-25.

Ögren M, Fältmars C, Lund B, Holmlund A. Hypermobility and trauma as etiologic factors in patients with disc derangements of the temporomandibular joint. Int J Oral Maxillofac Surg. 2012 Sep;41(9):1046-50.

Simpson MR. Benign joint hypermobility syndrome: evaluation, diagnosis, and management. J Am Osteopath Assoc. 2006 Sep;106(9):531-6.

Russek LN. Hypermobility Syndrome. Phys Ther. 1999;79(6):591-9.

Mulvey MR, Macfarlane GJ, Beasley M, Symmons DP, Lovell K, Keeley P, et al. Joint hypermobility is modestly associated with disabling and limiting musculoskeletal pain: Results from a large scale general population based survey. Arthritis Care Res. 2013;10:1-29.

Dworkin SF , Huggins KH. Generalized joint hypermobility (GJH) may be a risk factor for temporomandibular disorders (TMD). J Evid Based Dent Pract. 2010 Jun;10(2):91-2

Alves N, Schilling QA, Gonzalez VA, Schilling LJ, Deana NF, Pastenes RC. Morphological Characteristics of the Temporomandibular Joint Articular Surfaces in Patients with Temporomandibular Disorders. Int. J. Morphol. 2013; 31(4): 1317-21.

Silveira OS, Silva FCS, Almeida CEN, Fuji FM, Seraidan PI, Manzi FR. Utilização da tomografia computadorizada para o diagnóstico da articulação temporomandibular. Rev CEFAC. 2014;16(6):2053-9.

Cortés D, Exss E, Marholz C, Millas R, Moncada G. Association between disk position and degenerative bone changes of the temporomandibular joints: na imaging study in subjects with TMD. Cranio. 2011 Apr;29(2):117-26.

Honda K, Larheim TA, Maruhashi K, Matsumoto K, Iwai K. Osseous abnormalities of the mandibular condyle: diagnostic reliability of cone beam computed tomography compared with helical computed tomography based on an autopsy material. Dentomaxillofac Radiology. 2006;35: 152–7.

Busato A, Vismara V, Bertele L, Zollino I, Carini F. Relation between disk/condyle incoordination and joint morphological changes: a retrospective study on 268 TMJs. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2010;(10):34-40.

Mathew AL, Sholapurkar AA, Pai KM. Condylar changes and its association with age, tmd, and dentition status: a cross-sectional study. Int J Dent. 2011;1-7.

Ilha VCA, Rapoport A, Ilha Filho JB, Reis AA, Boni AS. Estimativa da excursão condilar em pacientes com disfunção craniomandibular: um enfoque multidisciplinar. R Dent Press Ortodon Ortopedi Facial. 2006;1(3):63-70.

Marina FS, Késsia SFM, Fernanda RRS, Francisco WGPS, Kranya VS. Prevalência de disfunção temporomandibular em crianças e adolescentes. Rev Paul Pediatr. 2013;31(4):538-45.

Duarte MSR, Moraes LC, Castilho JCM, Moraes MEL. Hipermobilidade da ATM como fator etiológico de disfunção craniomandibular. Bras Dent Sci. 2001;4(3): 52-60.

Downloads

Publicado

2016-06-30

Como Citar

Poubel, T. C. G., Miranda, J. S., Ferreira, L. A., Coelho, P. R., & Guimarães, J. P. (2016). Associação entre hipermobilidade articular sistêmica e desordens temporomandibulares: uma investigação clínico-radiográfica. Arquivos Em Odontologia, 52(2). https://doi.org/10.7308/aodontol/2016.52.2.06

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)