Avaliação da condição de saúde bucal em pacientes que apresentam risco de endocardite
DOI:
https://doi.org/10.35699/2178-1990.2023.42722Palavras-chave:
Endocardite bacteriana, Higiene bucal, Assistência Odontológica, Saúde bucalResumo
Objetivo: Avaliar a condição de saúde bucal em pacientes com alto risco de desenvolver endocardite infecciosa atendidos em um hospital de referência do Brasil.
Métodos: Utilizou-se de dados secundários obtidos de prontuários de pacientes internados na enfermaria de cardiologia do Hospital Dom Pedro II. Os dados foram coletados utilizando uma ficha padronizada a partir da evolução odontológica dos pacientes, na qual estão registradas, as informações obtidas na consulta, contidas no prontuário médico, bem como as informações de saúde bucal. Após a coleta, os dados categorizados em alto e baixo risco de endocardite e analisados através do teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher, considerando um intervalo de confiança de 95%.
Resultados: Um total de 583 prontuários de adultos admitidos na enfermaria de cardiologia no período de janeiro de 2017 a agosto de 2020 foram analisados. Destes foram incluídos na amostra do estudo 216 prontuários. A prevalência de endocardite infecciosa foi de 11,5% (n =18) e o risco de endocardite infecciosa foi considerado alto para a maioria (n = 196; 93,3%). Queixa oral foi reportada por 15,1% (n = 30) e a higiene oral foi considerada como deficiente para a maior parte dos pacientes (n = 95; 48,7%). A necessidade de tratamento odontológico foi verificada em 66,5% da amostra (n = 119).
Conclusão: A condição de saúde bucal dos pacientes com condições cardíacas predisponentes a infecção por endocardite não é satisfatória. Uma boa parte apresenta necessidades de tratamento invasivo, o que aumenta o risco de bacteremias.
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